segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Resenha: "A Herdeira"

autora - Kiera Cass
editora - Seguinte
ano - 2015
ISBN - 8565765652
preço sugerido - R$29,90
volume 04 da série "A Seleção"

Agora posso dizer que finalmente terminei de ler este livro. Enquanto todas as outras garotas leram assim que lançou, eu procrastinei com ele, sempre colocando outros livros na frente. Só li agora porque como estou de saída do meu trabalho, não posso mais pegar livros emprestados. Como estava sem opção, resolvi pegar da minha estante todos os livros que eu parei pela metade, e como este eu estava perto do fim, resolvi voltar para ele. Eu não parei porque ele era ruim, muito pelo contrário, parei por conta da semana de provas e outras coisas que ocuparam a minha mente de um jeito que eu não conseguia me concentrar em ler nada. De fato, não me arrependi nenhum pouco por ter voltado justamente para ele, sem dúvida um dos melhores livros do ano, Kiera Cass nos surpreende como sempre.
Minha intenção aqui não é dar spoilers, mas quem leu os três volumes anteriores já sabe que esta história é focada na herdeira de Maxon e America, a filha mais velha (de um total de quatro!) do casal. De certa forma não é nem considerado spoiler, mas minha irmã terminou o primeiro livro a duras penas e achava que o Maxon escolheria outra garota e que America era detestável e fazia tanto Aspen quanto Maxon sofrerem nas mãos dela, daí ela ficou com ódio quando eu disse que a Eadlyn era filha de America e Maxon. Fazer o quê, não?
Eadlyn e gêmea de Ahren por sete minutos, portanto sendo a mais velha, se torna a primeira herdeira ao trono de Ilhéia. Além de Eadlyn e Ahren, também há Kaden e Osten Schreave. No palácio também moram Madame Lucy (ex-criada de America, que se tornou grande amiga da rainha America), Aspen Leger (marido de madame Lucy e ex-namorado de America), madame Marlee (uma ex-selecionada que também se tornou amiga de America - ela foi expulsa da seleção por ter um relacionamento com o soldado Woodwork), o soldado Woodwork, e os dois filhos do casal, Josie e Kile Woodwork. Por quê eu estou apresentando os moradores do palácio? Bom, digamos que a seleção não foi extinta após a escolha de Maxon. Medidas extremas pedem soluções extremas, e o rei convoca uma nova seleção para que Eadlyn escolha um futuro marido, ou seja, ainda no começo do livro a palácio será ocupado por mais 35 rapazes dos mais diversos lugares do país, que competirão o coração da princesa. Se você pensa que vai ser uma tarefa fácil, está enganado. Mesmo que toda garota adorasse estar na pele dela, ter tantos rapazes a seu dispor assim pode ser um pouco cansativo, porque verdade seja dita, quando há dois garotos tentando conquistar uma garota já é complicado, agora imagine 35! E a pior parte não é nem tanto os garotos, mas a própria princesa dificulta muito as coisas no começo, pois ela é totalmente contra a ideia da seleção.
Maxon e America propõem a Eadlyn uma seleção para distrair o público, pois várias províncias do país estão fazendo manifestações contra o governo. Enquanto Maxon tenta arrumar uma solução para conter os rebeldes e manter a paz que ele tanto lutou para conseguir, usa a filha para que o público possa assistir ao vivo a princesa encontrar o amor verdadeiro do mesmo jeito que ele conseguiu o dele. Eadlyn concorda a contragosto e propõe um prazo de três meses para a seleção acabar, ela encontrando ou não o parceiro ideal.
Falando assim parece que eles são pais desnaturados, que isso é algo horrível usar a filha como isca para que o país inteiro desnude sua privacidade e ter inúmeros fotógrafos e jornalistas acompanhando todos os seus passos e julgando-a. Parece que sim, mas ambos passaram por isso antes dela e ambos vivem felizes e esbanjando amor, além do fato de toda a população ter aprovado a escolha de Maxon, America sempre foi uma ótima negociadora e estrategista, além de ser muito simpática e cativante com o público. Eadlyn pode ser uma menina muito inteligente, aplicada, bastante durona e ótima estrategista, mas o público não simpatiza com ela, dentre os quatro irmãos, ela é a mais durona, com ar soberbo e severa, se acha a menina mais poderosa de todas, e isso vai além de mera autoconfiança, passa para arrogância. De fato, no primeiro dia dos rapazes, de uma única vez ela elimina 11 candidatos, muitos deles apenas com o olhar. Claro que a mídia ficou em cima e ela foi duramente criticada pela população por tal atitude.
Com o tempo, a atitude de Eadlyn muda aos poucos. Para ela, casar era uma ideia repudiante, pois ela sempre defendeu a ideia de que não precisa de um homem ao seu lado para governar o país, e que ter um ao seu lado só lhe seria um estorvo. Ela sempre teve opinião forte quanto a suas escolhas, nunca deixou ninguém se aproveitar nem tirar vantagem de nada que lhe fosse seu. Ela adora os irmãos e tem um bom relacionamento com madame Lucy e madame Marlee, mas não suporta Josie, pois sempre a achou muito invejosa e sempre rouba suas tiaras, e tem a mesma opinião sobre Kile, o garoto mais chato e insuportável de todos, até que o pior acontece: Kile foi sorteado para ser um dos 35 selecionados! Imagino que a escolha de Eadlyn seja no próximo livro, A Coroa, a ser lançado em maio (meu aniversário), mas mesmo assim eu já tenho o meu preferido, eu sempre vou na escolha mais óbvia e o Kile é incrível, um dos melhores garotos que eu já conheci. Caso ela escolha outro rapaz, eu vou até lá e o pedirei em casamento eu mesma. #prontofalei.
Por incrível que pareça, o que eu mais gostei no livro (além do Kile, claro!) foi a personalidade da princesa. Também adoro o irmão gêmeo dela, Ahren, me fez ter vontade de ter um irmão. De início ela é realmente insuportável, mas o tempo todo eu pensava que sabia como era estar no lugar dela, pois sempre fomos fechadas, confusas, sempre pensando em deveres e obrigações antes de qualquer outra coisa, temos receio de conhecer novas pessoas, seja por medo de nos machucar, seja por precaução, seja por incapacidade de amar, por ter um coração fechado por tanto tempo que não sabe mais como agir diante de outras pessoas. Para nós, relações interpessoais são bastante complicadas. Somente pessoas mais chegadas ou pessoas de casa nos conhecem de verdade, pois é quando ninguém está olhando que nos sentimos à vontade para sermos quem somos realmente. A ideia de invasão de privacidade me enoja, assim como para Eadlyn, as pessoas julgam pelo que veem, não pelo que realmente sabem.
E realmente Eadlyn trabalha muito bem com sua armadura de esconder suas emoções. Por mais que os garotos se esforcem, ela não deixa (pelo menos no começo) que eles se aproximem emocionalmente. Depois de um tempo a coisa muda totalmente de figura, até o momento em que ela tem vários favoritos no final do livro.
Com relação aos rapazes, muitos são simpáticos, outros são sem graça, outros conquistam você na hora, outros são irritantes, e há também aqueles que dão medo de ficar a sós com eles. Neste caso, os jornalistas e fotógrafos observando é uma ajuda bem-vinda, pois alguns deles acabam se mostrando perigosos. Para garotas tão fortes e independentes como Eadlyn, a sensação é realmente terrível quando algo dessas proporções acontece, quando todo o seu poder e influência não é o suficiente para conter todo o mal, quando você não consegue se proteger contra tudo, quando você precisa admitir que realmente precisa que alguém a defenda. Mesmo ela sendo uma princesa cercada por inúmeras pessoas, com olhos em todos os lugares, ela tem que aprender da pior maneira que nem sempre podemos com tudo. No restante, os outros garotos que sobram são adoráveis, cada um tem um talento, uma habilidade especial, que aos poucos vão conquistando espaço no coração da princesa e tornando cada vez mais difícil para a princesa (e para todos os leitores) tomar uma decisão no final.
Infelizmente para nós leitores, teremos que esperar até o próximo livro para ver qual o escolhido pela princesa, que vai ser apenas em maio. Daqui até lá, teremos nos corroído de ansiedade.
Até a próxima!      

 


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