segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Lista de Resoluções para 2013.

Aqui estou eu tentando de novo uma lista de resoluções para o ano que se inicia. Acrescentei umas coisas, mas alguns itens se repetem com relação à lista anterior.
Neste ano de 2013 eu vou:

Fazer do meu aniversário um dia inesquecível;


Quero dar inicio (finalmente!) ao meu livro.


Quero terminar o projeto dos videoclipes da minha mãe.


Quero continuar a juntar dinheiro para investimentos futuros.


vou continuar atualizando o meu blog.


Vou ultrapassar a minha meta de livros lidos no ano passado, ou seja, vou passar de 33 livros lidos no ano.


Vou entrar em uma faculdade.


Vou entrar em uma academia.


Vou tentar subir de carreira.


Vou viajar.

Vou namorar muito!


Vou aproveitar para assistir a todas as minhas séries favoritas.


Ir as melhores festas ever!


Tentar me dar bem com meus amigos e colegas.


Aprender a fazer deliciosas receitas.


Comprar uma câmera legal e fotografar os meus melhores momentos.


Mudar meu visual.


comprar um violão e aprender a tocá-lo.



Livros Lidos em 2012.


  • 1. Belo Desastre, Jamie McGuire.
  • 2. Histórias de Sherlock Holmes; Arthur Conan Doyle.
  • 3. A Cabana; William P. Young.
  • 4. Beijada Por Um Anjo vol. 05 - Revelações; Elizabeth Chandler.
  • 5. Deuses Americanos; Neil Gaiman.
  • 6. As Vantagens de Ser Invisível; Stephen Chbosky
  • 7. Ler, viver e amar; Jennifer Kaufman e Karen Mack.
  • 8. Contos dos Irmãos Grimm, Dra. Clarissa Pinkola Esthés.
  • 9. Resposta Certa; David Nicholls.
  • 10. Jogos Vorazes vol. 03: A Esperança; Suzzanne Collins.
  • 11. Belas Maldições - As Belas e Precisas Profecias de Agnes Nutter, Bruxa; Neil Gaiman e Terry Pratchett.
  • 12. Por Isso a Gente Acabou; Daniel Handler.
  • 13. O Melhor de Mim, Nicolas Sparks;
  • 14. O Circo da Noite; Erin Morgenstern
  • 15. O Livro das Coisas Perdidas; John Connolly.
  • 16. Os Filhos De Anansi, Neil Gaiman
  • 17. Jogos Vorazes vol.02 Em Chamas, Suzanne Collins
  • 18. O Rei Mago, Lev Grossman;
  • 19. A Última Carta de Amor, Jojo Moyers;
  • 20. Contos de Fadas; de Grimm, Andersen, Perrault e outros.
  • 21. O Grande Gatsby; F. Scott Fitzgerald.
  • 22. O Menino do Pijama Listrado; John Boyne.
  • 23. Coisas Frágeis 2; Neil Gaiman.
  • 24. Principe de Histórias, Os Vários Mundos de Neil Gaiman;Hank Wagner,Christopher Golden e Stephen R. Bissete.
  • 25. Jogos Vorazes; Suzanne Collins.
  • 26. Para Sempre; Kim e Krickitt Carpenter.
  • 27. Coisas Frágeis; Neil Gaiman.
  • 28. Amores Infernais; Melissa Marr, Gabrielle Zevin, Scott Westerfeld, Justine Larbalestier e Laurie Faria Stolarz
  • 29. Sobre Histórias de Fadas; J.R.R.Tolkien
  • 30. Beijos Infernais; Kristin Cast, Alison Noël, Richelle Mead, Kelley Armstrong e Francesca Lia Block.
  • 31. Formaturas Infernais; Meg Cabot, Estephenie Meyer, Michele Jaffe, Kim Harrison, Lauren Myracle.
  • 32. Reparação; Ian McEwan.
  • 33. Cartas para Julieta, Lise Friedman e Ceil Friedman.

Retrospectiva 2012

   Esse ano de 2012, pra mim, foi um ano e tanto. Um ano de recordações nem sempre boas, um ano de frustrações, impulsos e um pouco de diversão, pois ninguém é de ferro, né? Foi o ano das promessas não cumpridas e dos adiamentos, das decisões que me deixaram arrependida, dos erros grandes originados dos erros bobos. Mas apesar de tudo foi um bom ano, um ano em que eu me diverti e espero ter aprendido com os meus erros. Apesar de um ano de fracassos, estou otimista com relação ao ano seguinte. Sei que terei mais uma chance de tentar acertar nas coisas, de fazer o que ficou na promessa, de me renovar. Como disse alguém que eu não sei quem, mas cujo esse alguém tem uma frase famosa: "podia ter sido pior". Tenho a agradecer ao fato de a minha mãe ainda estar entre nós (quem me conhece sabe do que estou falando), de eu ter um emprego de que gosto, do qual lutei para estar lá, aos meus amigos que sempre estão comigo até quando eu não os mereço, enfim, quero um 2013 com o bom de 2012 e melhorado, renovado, um novo ano.
  agora, se eu me ater à lista do ano passado, há muitas reflexões a ver, e é o que eu farei agora, um balanço   da minha wishlist anterior:
   manter meus amigos sempre perto de mim, pois são meu grande tesouro, adoro todos vcs!
esse item ficou um pouco a dever, pois eu os tinha, mas do meu jeito desagradável eu acabava afastando-os. Quero aproveitar a oportunidade para me desculpar com alguns em especial. Vcs sabem que é com vcs que eu estou falando. Quero manter essa promessa para 2013, de viver meus melhores momentos com vcs ao meu lado.

vou comprar uma câmera superlegal e fotografar os meus melhores momentos com meus amigos e guardar para sempre.
o que eu posso dizer deste item? Eu comprei um celular novo (não foi vaidade, eu fui roubada no ônibus, a caminho do trabalho) com uma câmera legal nele e tirei muitas fotos nele, nem tantas minhas quanto eu deveria, mas nos momentos em que eu me diverti tinha alguém ali para me fotografar, e eu já tenho uma mente para fevereiro.Por que não antes? Porque vai ser um presente da empresa em que eu trabalho, que o presente de Natal sai sempre em fevereiro.
. Não viajei pra lugar nenhum esse ano, mas quem sabe em 2013...
. Não fiz uma mudança radical no meu cabelo, só relaxei ele (está do mesmo jeito!)
. Não beijei ninguém, nem com a ameaça iminente do fim do mundo eu consegui. Ainda bem que o mundo não acabou então...
 . Mas sim, fiz a besteira de me declarar para alguém, que de novo não retribuiu meus sentimentos (cansei de pensar que o problema sou eu, qual é o problema deles, hein? Vai entender...)
vou dizer "eu te amo" quando sentir vontade, mas só se for de verdade!

. No meu aniversário, eu não fiz meus cupcakes, eu comprei na padaria perto do meu trabalho, e nem veio com velinhas, snif...
. Nas minhas férias eu relaxei, e me entediei. Gosto de planejar, ter o controle da situação, não gosto de ficar parada, ou se ficar, minha mente precisa trabalhar.

vou relaxar mais e aproveitar cada momento.
. Sonhei, mas como sempre, as coisas não acontecem do jeito que a gente imagina. Nada é perfeito, ninguém é perfeito.

vou me permitir sonhar antes mesmo de dormir.

. Meus erros do passado continuam me atormentando, espero que em 2013 eles desapareçam e me deixem viver em paz. Eles me dão baixa auto-estima, me deixam pra baixo, me fazem eu me sentir uma fracassada, etc...
. Aumentei a lista de livros desse ano, pasei dos trinta livros, e dentre todos, o que me deixou suspirando foi o Belo Desastre, um dos mais recentes que eu li, já em meados de dezembro. Esse livro me ensinou a não julgar pela aparência e que seu príncipe pode muito bem ser quem você menos espera. Foi lindo, e eu adorei o final.

. Não tenho o guarda-roupa da Carrie Broadshaw, mas na medida do possível, tenho roupas que me servem em várias ocasiões, algumas eu recortei e outras eu pus fotos e coisas legais.



. Fiz todo o item, sai e fiquei em casa, aproveitei o quanto pude.
vou sair mais, mas também quero passar momentos assistindo meus programas preferidos na tv.

. Não tenho meu violão ainda, não comecei aulas de violão, mas veremos em 2013.
. Não fiz festas legais, mas fui a festas legais, o que não é a mesma coisa.
. Não publiquei meu livro, pelo contrário, deletei e estou tentando recomeçar, quem sabe em 2013 eu termine de escrevê-lo, pelo menos...
. Eu quase entrei na faculdade, mas acabei entrando só pelos portões mesmo, hehehe... eu tentei, mas descobri que não é assim tão fácil, e eu desisti de tentar por ENEM.
. Não tirei minha carteira de motorista,
. Mas comecei a juntar dinheiro no banco!
vou juntar dinheiro no banco.
. Não encontrei um amor, pelo menos não alguém que me quisesse.
. Tudo o que eu fiz foi ser eu mesma.
ser eu mesma.

. Não beijei ninguém.
. Não vi o pôr do sol de jeito nenhum.
. Não fui a nenhum show.
. Não vivi meus sonhos.
. Não tenho nenhum filhote.
. Não fui pra Hogwarts, eles nem me mandaram a carta.
. Voltei a usar óculos, mas sinto falta das lentes...
usar óculos.
. E, devido ao fato de o meu computador ter me abandonado quando eu mais precisei dele, só vim comprar um novo em novembro, também fiquei devendo os filmes de clipes da minha mãe e o meu também.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Um Feliz Natal!!!!!!!!!


Um Natal perfeito é aquele em que você está com a família reunida, em que todos estão felizes e se lembrem de que o verdadeiro motivo de estarmos reunidos ali é o fato de que Jesus morreu na cruz para nos salvar, e ressuscitou para nos provar que nada é impossível, como vemos em toda Páscoa, no Natal o vemos nascer todos os anos para lembrar que todos os anos, devemos ter esperanças de nós renascermos e nos reconstruirmos sempre. Sempre teremos uma nova chance de fazer acontecer de maneiras diferentes, nunca desistir dos nossos sonhos, pois Deus sabe o que está reservado para nós. Se no decorrer dos anos nós sofremos por algum motivo, é porque Ele sabe o que está fazendo, e você aprenderá a ter paciência, pois a sua hora irá chegar.
Então é isso. Eu desejo a todos um feliz natal e um ano novo cheio de realizações.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Minhas Férias


Estou no meu trabalho há cerca de um ano e dois meses. Passei por muita coisa para finalmente conseguir entrar lá, e não me arrependo nem por um minuto de ter conseguido o emprego dos meus sonhos. Até que então chegaram as minhas férias. Um mês inteiro fora do meu trabalho, a rotina que eu aprendi a amar, um mês inteiro em casa.
Assim como no ano-novo, gosto de pensar em planejar as férias como resoluções, coisas importantes a ser feitas neste mês. Eu sempre tive ideias idílicas com relação a esse mês, o mês em que eu faria tudo o que eu sempre quis fazer, coisas do tipo como viajar, mudar minha aparência ou arrumar um amor de verão.
Eu não viajei, não mudei minha aparência e não me apaixonei. Só fiquei em casa com bastante tempo para refletir sobre as coisas que eu vinha fazendo. Organizei-me a ponto de fazer tudo o que estava ao meu alcance, o que infelizmente não significa que eu fiz tudo o que gostaria.
Li três livros, paguei todas as minhas contas, aluguei uns filmes que eu estava querendo assistir e comprei várias coisas, incluindo um notebook. Tentei aproveitar o máximo de tempo possível, mas na maioria das vezes eu me senti entediada. Embora eu não tenha feito tudo o que queria, o pouco que eu fiz eu fiz de forma perfeita, para não me arrepender de nada. O pouco que eu tive eu posso dizer que foi o melhor do que eu tive. Eu tive a chance de estar com meus amigos e me divertir o máximo que eu pudesse. Lembro-me de ter assistido a um filme que eu achava que não ia gostar, mas me surpreendi no final. Não achava que fosse gostar tanto de assistir “Amanhecer parte 02”. Pouco antes, fui ver um evento de brinquedos no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e achei um dos melhores momentos das minhas férias. Também fui à Bienal desse ano.
Nestas férias eu aprendi muita coisa. Sobre amizade, amar a mim mesma, economia, dar valor ao tempo que temos e as coisas pequenas da vida. Consegui vislumbrar a possibilidade de realizar meu sonho, inclusive esboçando o projeto. Nesse resto de ano, e no próximo, quero começar do zero, estar aberta a novas possibilidades, tomar o controle e não deixar que nada nem ninguém me impeçam de ser feliz.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Como Criar Um "Era Uma Vez..."

    Era uma vez uma garota.
    Era uma vez uma garota sentada nos degraus de um coreto branco florido. Ela carregava no colo um caderno e uma lapiseira, que ela apenas batia furiosamente a base da lapiseira na ponta do caderno, impaciente, e depois arrancava uma folha fora, e assim sucessivamente. Ao seu lado já havia uma pilha de folhas de papel amassadas. Seu vestido estava repleto de pó de borracha e o cabelo preso estava começando a soltar as pontas esfiapadas. Seus óculos escorregavam à ponte do nariz quando tentava pensar em algo útil para escrever, mas seus escritos não passavam de frases ou parágrafos sem nenhuma continuidade ou sentido. Ela era o retrato vivo do desespero de uma aspirante a escritora em pleno bloqueio criativo.
    Sua bicicleta estava encostada no poste ao lado do coreto. Levantou-se para aliviar a cãibra nas pernas e costas e foi colocar suas bolas de papel amassado dentro da cestinha da bicicleta, mas estava tão inquieta que não conseguiu sentar-se novamente, ao invés disso, deu voltas dentro do coreto, batendo as mãos na cabeça de leve, sempre que tentava pensar em algo.
    Seus sapatos faziam barulho no piso de madeira do coreto, e os cachos de seus cabelos aos poucos iam se soltando com as voltas e zigue-zagues de seus pés.
    Tentou colocar coisas em sua cabeça, mas pensava apenas no prazo a cumprir pela entrega do texto. Resolveu então tentar o básico: o que sabia de si, dizendo em voz alta:
    "Meu nome é Alice Haley, tenho dezessete anos e moro em Sullivan Place com minha mãe e meu irmão. Estudo em Summer High, onde também estagio no jornal da escola, entregando textos de romance. Hoje é vinte e oito de setembro de dois mil e treze e eu estou em um coreto de primavera que está aqui há três séculos, e que foi reformado pela prefeitura de Feelin, onde eu moro desde que nasci. O coreto está no meio de um campo de margaridas, na área aberta da floresta de espinhos. Eu não tenho medo da floresta de espinhos. Eu gosto de passar as tardes após a aula respirando o ar puro da floresta de espinhos, sempre me sinto calma e inspirada o bastante para escrever bons textos quando eu estou na floresta de espinhos."
    Alguma coisa estava começando a fazer efeito em sua mente, algo relativo à floresta de espinhos, então resolveu anotar em uma página do seu caderno o título: "Floresta de Espinhos."
    Já estava quase conseguindo o que queria, mas sentiu que havia algo importante a ser resolvido antes: "por que que Alice Haley tem bloqueio criativo?"
    Geralmente, Alice fica bloqueada quando está chateada ou frustrada, como quando ela sonha com algo que não consegue ou faz planos que dão errado. Suas derrotas a deixam triste e abalada, e seu cérebro responde o bloqueio, a sensação de que se chegou ao fundo do poço e que não serve, ou não consegue, fazer mais nada que valha a pena. No geral, só frustração, acompanhada de baixa auto-estima causam o bloqueio de Alice Haley. Por mais que tente se inspirar, nada funciona nestas circunstâncias.
    Então, o que aconteceu recentemente na vida de Alice Haley que a deixou bloqueada, criativamente falando?
    Alice tinha um desejo secreto, desses que as pessoas fazem quando sopram as velas de aniversário ou quando se joga uma moeda em uma fonte. Ela sempre quis conseguir uma vaga na redação do jornal local. Recentemente, alguém do jornal leu um de seus textos do jornal da escola e gostou do seu trabalho, mas na hora da entrevista, eles perceberam que ela não era boa o bastante para a vaga. A chance estava em suas mãos, mas escorregou igual a quando tentamos segurar água. Podia parecer ruim o bastante, mas ainda era pouco, pois o pior ainda estava por vir, pois ela também soube que não havia conseguido notas altas o bastante para ser classificada na Universidade de seus sonhos.
    Essa foi a parte da derrota, a que ela tem que ser obrigada a suportar, mas além disso também tem a parte que não é péssima ou ruim a ponto de se lamentar, mas apenas chata, aquilo que todas as pessoas acabam passando um dia: desilusão amorosa. O caso mais comum de todos, tanto que Alice já nem se importa mais com tal fato, o de "garota gosta de garoto que não gosta da garota."
    "Então é isso!" disse Alice me voz alta. "Problemas afetam minha escrita assim como afetam os outros de maneiras diferentes. Mas hoje em dia, quem não tem problemas?"
    Como viu que era complicado demais e que, ao final do dia, ainda continuaria com as mesmas dores que a fizeram parar de escrever, resolveu então sentar e voltar ao seu caderno.
    Sempre que ela tinha um problema, não conseguia escrever. Nunca aconteceu nada parecido como hoje. Como ela sabia qual era o problema, ficava mais fácil analisar a situação e até mesmo criar uma história sobre o problema. Quando o problema se torna uma ficção, é possível até mesmo criar uma solução. É algo que as pessoas chamam de "rir da própria desgraça".
    Milagrosamente, Alice Haley conseguiu, apesar de tudo, escrever uma história. Era uma história sobre uma grande floresta de espinhos dentro de uma pequena cidade. E a história começava assim:
    "Era uma vez...
     Era uma vez um reino adormecido sob o poder de uma bruxa. Ela amaldiçoou a filha do rei daquele extenso e próspero reino com a morte de roca quando a menina moça se tornasse, mas uma fada veio em intermédio com um encanto que proclamava que, ao invés de morrer, a princesa e todo o reino adormeceriam por cem anos, nem mais, nem menos que isso.
    O feitiço poderia ser desfeito mediante beijo de "amor verdadeiro", o único feitiço capaz de quebrar qualquer maldição, sendo este o mais poderoso de todos os encantos. Com medo de ver seu feitiço ser quebrado antes do tempo, a própria bruxa se certificou de que ninguém conseguiria cruzar os portões do castelo com vida, criando uma cerca de espinhos em volta dele.
    A cerca cresceu de tal maneira que invadiu os portões, tornando-se uma floresta mortal. Ninguém jamais conseguiu atravessar a floresta que rodeava o castelo, pois estava rodeada de pontudos e venenosos espinhos. De vez em quando, a bruxa sobrevoava e observava com prazer o castelo se deteriorar com o tempo.
    Séculos depois, a história virou lenda, a lenda tornou-se mito e até hoje ninguém sabe a verdadeira história por trás daquela floresta, cujos espinhos secaram e amoleceram, não fazendo mal a mais ninguém naquela tranquila cidade, mas as histórias dizem que o castelo desmoronou com a força das árvores venenosas, e todos os que estavam lá morreram ainda adormecidos. Nunca se soube se tal princesa ou se tal reino realmente existiram, mas muitas pessoas têm medo de que a alma da bruxa ainda esteja vagando pela floresta de espinhos. De vez em quando, dá pra se ouvir a risada estridente dela vinda de dentro da floresta, como se estivesse caçoando de quem não acreditou em sua história.
    O mais interessante nesta versão da história escrita por Alice Haley é que a princesa não foi salva por nenhum principe encantado, não havia principe ou amor verdadeiro o bastante que pudesse salvá-la da maldição da bruxa. O amor verdadeiro acabou ganhando status de lenda, de conto de fadas. 
    E todos eles morreram, e o terror da bruxa vive para sempre.
                                             FIM!
    Após escrever a história, Alice se sentiu mais conformada e aliviada com sua situação, que nem era tão triste, afinal.

  

domingo, 1 de julho de 2012

Resenha do livro O Melhor de Mim


O Melhor de Mim
Autor: Nicolas Sparks.
Editora: Arqueiro.
Número de páginas: 270

Sinopse:
Na primavera de 1984, os estudantes Amanda Collier e Dawson Cole se apaixonaram perdidamente. Embora vivessem em mundos muito diferentes, o amor que sentiam um pelo outro parecia forte o bastante para desafiar todas as convenções de Oriental, a pequena cidade em que moravam.
Nascido em uma família de criminosos, o solitário Dawson acreditava que seu sentimento por Amanda lhe daria a força necessária para fugir do destino sombrio que parecia traçado para ele. Ela, uma garota bonita e de família tradicional, que sonhava entrar para uma universidade de renome, via no namorado um porto seguro para toda a sua paixão e seu espírito livre. Infelizmente, quando o verão do último ano da escola chegou ao fim, a realidade os separou de maneira cruel e implacável.
Vinte e cinco anos depois, eles estão de volta a Oriental para o velório de Tuck Hostetler, o homem que um dia abrigou Dawson, acobertou o namoro do casal e acabou se tornando o melhor amigo dos dois.
Seguindo as instruções de cartas deixadas por Tuck, o casal redescobrirá sentimentos sufocados há décadas. Após tanto tempo afastados, Amanda e Dawson irão perceber que não tiveram a vida que esperavam e que nunca conseguiram esquecer o primeiro amor. Um único fim de semana juntos e talvez seus destinos mudem para sempre.
Num romance envolvente, Nicolas Sparks mostra toda a sua habilidade de contador de histórias e reafirma que o amor é a força mais poderosa do Universo – e que, quando duas pessoas se amam, nem a distância nem o tempo podem separá-las.

Ele é bom de vender por que...
Porque o Nicolas Sparks é um autor que arranca suspiros de seus leitores, nos trazendo histórias que emocionam e tocam os nossos sentimentos. Esse, Por exemplo, é para quem ainda se lembra do seu primeiro amor, num estilo clássico do tipo Romeu e Julieta.

Minha resenha do livro:
É um livro que desperta sentimentos de melancolia e um pesar ao nos recordarmos do passado. A vida pode ser muito injusta às vezes. A história é simples: garoto humilde, vindo de uma família de criminosos, odiado pelos familiares por não querer seguir o mesmo caminho deles. Um rapaz simples e honesto que se apaixona por uma garota de família tradicional. A família dela não aprova a relação da filha com um “marginal”, isso é óbvio. Eles lutam contra tudo e todos para permanecerem juntos, mas a situação se complica cada vez mais para os dois, a ponto de ele ser obrigado a terminar com ela. Ambos seguiram em frente por cerca de vinte anos. Naquele tempo, Dawson vivia com um senhor chamado Tuck, que o abrigou quando o seu pai o expulsara. Amanda se tornara amiga dele, tendo-o quase como um pai, e durante muitos anos, ela ainda ia visitá-lo.
Tuck abrigou Dawson porque era um homem só, e ele o via como a um filho. Embora eles mal se falassem, conseguiam entender um ao outro. Os primos de Dawson o detestavam por ele ser o certinho da família, e com o tempo, ele aprendera a se defender deles, o que os deixavam com mais raiva e sede de vingança. Amanda ia sempre visitá-lo quando ele estava com Tuck, mas o destino os separou com algo trágico: Dawson, por acidente, causa a morte do médico da cidade e o leva para a prisão. Mesmo sendo um acidente, as pessoas não acreditam nele devido à reputação de sua família.
Após cumprir pena, ele vai toda semana visitar o túmulo do doutor e deposita dinheiro para a família do doutor anonimamente, a fim de aliviar a dor e o sentimento de culpa. Depois de mais alguns anos, ele vai embora de Oriental, um lugar a qual nunca pertencera, a qual sempre fora excluído. Amanda fora para a universidade Duke, em Dulhan, e lá segue com sua vida sem Dawson: termina a faculdade, se casa com um dentista, tem três filhos (quatro, mas a terceira, Bea, morre ainda novinha) e vive uma vida aparentemente tranquila.
Uma tragédia os separou, e uma tragédia os uniu. Vinte anos depois de se separarem, Tuck morre e chama os dois para a celebração da sua cremação. Antes de morrer, Tuck deixa instruções para os dois, dando mais uma chance para eles repararem o tempo perdido. Dawson nunca conseguiu esquecer Amanda e ela estava passando por problemas no casamento justamente por não amar o marido tanto quanto deveria, pois seu coração sempre pertencera a Dawson. Além da perda precoce de Bea, seu marido, Frank, desabafava no álcool, desgastando a relação que se tornava cada vez mais tempestuosa com o tempo.
O peso da consciência atormentava Amanda  por estar com Dawson sendo casada, o espírito do médico atormentava, mas no bom sentido, a vida de Dawson, seus primos queriam se vingar dele e um grave acidente pôs em risco a vida de um dos filhos de Amanda.
O espírito do doutor estava tentando dar um aviso a Dawson, para ele ter a chance de salvar a vida do filho do doutor, salvando a do próprio Dawson várias vezes sem ele perceber.

Agora, o meu comentário com relação ao livro e ao autor:
Pela minha experiência em Nicolas Sparks, posso dizer que suas histórias são bastante previsíveis. Nos primeiros capítulos dá para perceber que a história se desenvolverá em torno de algo trágico, ou mais ainda, terminará de forma trágica. Depois de um tempo refletindo sobre o assunto, vi que, apesar de tudo isso, ele nos mostra o lado positivo de uma tragédia, não que alguma tragédia tenha um lado positivo, mas as lições que a vida nos dá. Os seus personagens seguem em frente apesar de tudo, arrumam forças e esperanças para continuar. Mesmo com os finais tristes, ele dá à história e aos personagens conformidade. São histórias tristes em sua maioria, mas são histórias que servem de consolo. Além das histórias serem tristes por si, há também o amor romântico colocado em todas as emoções ao extremo, aquele tipo de amor que só é visto em histórias típicas de um autor como ele, amores impossíveis, desencontros constantes, perdas irreparáveis, coisas que dificilmente aconteceriam na vida real. Pelo menos não da maneira tão bela, épica e sofrida como ele coloca. Seus livros bons, apesar de tudo.



domingo, 24 de junho de 2012

Lições da saga Harry Potter:



Neville Longbottom nos ensinou que ás vezes você deve encarar seus medos e defender o que você acredita… ele nos ensinou a ter coragem.




Luna Lovegood nos ensinou que está tudo bem em ser você mesmo e não ligar para o que as outras pessoas acham de vocêporque se eles são verdadeiros amigoseles gostariam do verdadeiro você… ela nos ensinou a sermos únicos.




Gina Weasley nos ensinou que é possível lutar contra demônios por conta própria, mas ás vezes você precisa de amigos para ajudá-lo.




Ronald Weasley nos ensinou que mesmo que você tenha a variedade emocional deuma colher de chá e um temperamento desagradávelvocê sempre será necessário.




Hermione Granger nos ensinou que não é ruim ter sede por conhecimento epesquisa.




Draco Malfoy nos ensinou que todos cometem erros, e que ninguém é completamente inabalável… ele nos ensinou que todos tem sentimentos.






Bellatrix Lestrange nos ensinou que realmente  pessoas horríveis no mundo… elanos ensinou a sermos cautelosos entre estranhos.




Severo Snape nos ensinou a não julgar um livro pela capa




Narcisa Malfoy nos ensinou o quão importante a família realmente é.




Lúcio Malfoy nos ensinou como é fácil se tornar cego pelo poder… ele nos ensinouter certeza de sempre manter os pés no chão.




Alvo Dumbledore nos ensinou que  vida além da morte… ele nos ensinou a nunca temer nada.




Molly Weasley nos ensinou que mães não tem apenas um lado carinhoso, mas também um lado protetor vingativo… ela nos ensinou que sempre podemos contar com nossa mãe.




Arthur Weasley nos ensinou que está tudo bem em ter curiosidade pelo desconhecido.




Fred and George Weasley nos ensiram que mesmo nos tempos mais difíceis, aindahaverá luz, amor e esperança.




Remo Lupin nos ensinou que não importa o que acontecer, sempre há um jeito de avançar e sobreviver.



Sirius Black nos ensinou a nunca trair seus amigos e sempre permanecer leal àqueles que foram leais à você.




Lord Voldemort nos ensinou que preconceito está em toda parte e que sempre haverá pessoas como ele para levar as coisas longe demais porque eles são contra algo… ele nos ensinou a estarmos prontos para pessoas assim.




Harry Potter nos ensinou que a vida talvez não se revele do jeito que esperávamos, mas contanto que você nunca perca a visão do futuro que você quer, nada pode acontecer. 




   eles todos se resumem na minha vida ♥




ALWAYS!!!!!!!!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Semana Especial "Dia dos Namorados"

Nesta semana, resolvi publicar uns posts especiais com relação ao Dia dos Namorados, que será nesta terça-feira. Otexto anterior foi o primeiro, no qual eu contei uma história interessante que aconteceu lá onde eu trabalho. Agora, resolvi utilizar as palavras do grande bardo Carlos Drummond de Andrade para exemplificar melhor o significado de "namorados". Pra quem não conhece, aqui está:
                      Namorado: Ter ou nao ter, é uma questão 
                            (Carlos Drummond de Andrade)
Quem nao tem namorado é alguém que tirou férias nao remuneradas de si
mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado
de verdade é muito raro. Necessita de adivinhaçao, de pele, de saliva,
lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixao é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil.
Namorado nao precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer
proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase
desmaia pedindo proteçao. A proteçao dele nao precisa ser parruda,
decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensao ou mesmo de
afliçao.
Quem nao tem namorado nao é quem nao tem um amor: é quem nao sabe o
gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um
envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode nao ter namorado.
Nao tem namorado quem nao sabe o gosto da chuva, cinema sessao das duas,
medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Nao tem
namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar
sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Nao tem namorado quem faz
pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a
felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Nao tem namorado quem nao sabe o valor de maos dadas; de carinho
escondido na hora que passa o filme; de flor catada no muro e entregue
de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico
Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a
meia rasgada; de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô,
bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Nao tem namorado quem nao gosta de dormir agarrado, fazer sesta
abraçado, fazer compra junto. Nao tem namorado quem nao gosta de falar
do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro
dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Nao
tem namorado quem nao redescobre a criança própria e a do amado e sai
com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton
Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical na Metro.
Nao tem namorado quem nao tem música secreta com ele, quem nao dedica
livros, quem nao recorta artigos, quem nao chateia com o fato de o seu
bem ser paquerado. Nao tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem
curtir; quem curte sem aprofundar. Nao tem namorado quem nunca sentiu o
gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou
meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Nao tem namorado quem
ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de
obrigaçoes; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Nao tem
namorado quem confunde solidao com ficar sozinho. Nao tem namorado quem
nao fala sozinho, nao ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você nao tem namorado porque nao descobriu que o amor é alegre e você
vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve,
aquela de chita e passeie de maos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricçoes
de esperança. De alma escovada e coraçao estouvado, saia do quintal de
si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua
janela.
Ponha intençoes de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de
fada. Ande como se o chao estivesse repleto de sons de flauta e do céu
descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante
a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você nao tem namorado é porque ainda nao enlouqueceu aquele pouquinho
necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
Enlou-cresça.

Meu texto especial do Dia dos Namorados é uma história baseada em fatos reais, algo que aconteceu no meu trabalho. Eu e outras pessoas testemunhamos ao vivo a força do amor vinda de um casal apaixonado. Espero que gostem.
Bastou um olhar...
Ele estava esperando havia um bom tempo. As pessoas começaram a olhar estranho para ele, parado ali daquele jeito, atrapalhando a circulação das outras pessoas que precisavam ir e vir pela loja. Estava começando a cogitar a possibilidade de desistir e ir embora dali. Ela não apareceria. Sequer estava atendendo ao telefone. Resolveu esperar mais um pouco, afinal, não tinha mais nada pra fazer além de esperar por ela. Desde que a conheceu sua vida tem sido assim: sonha com ela, pensa nela acordado, respira o cheiro dos cabelos dela e sente o toque de seus dedos a acariciá-lo. Isso tudo em sua mente. Quando estava com ela pessoalmente, mal podia acreditar na força do destino ao fazer com que se encontrassem e se contentava em apenas olhar pra ela sem se cansar, só na intenção de guardar dentro de sua mente todas as sensações que estar com ela lhe proporcionava. Tudo era mais belo por ela, para ela e com ela. Cada vez que se lembrava da primeira vez em que olhou naqueles olhos, dava um leve suspirar de amor que ele acreditava não existir.
Agora estava parado ali, de pé diante da entrada do local em que se conheceram, segurando um buquê de rosas vermelhas e um livro. Funcionários e clientes olhavam para ele, uns admirados, outros com desdém, outros como algum tipo de louco. Pessoas sussurravam que ela não apareceria, mas ele tentava não ouvir, embora começasse a pensar se ela realmente apareceria, se pensava nele como ele pensava nela.
Ligou para ela mais uma vez e então começou a se lembrar daquele dia. Bastou um olhar e tudo começou...
Tudo o que ele queria era encontrar um lugar em que pudesse sentar e ler um bom livro. Fechar seus olhos e esquecer o resto do mundo, que tudo ao seu redor desaparecesse por alguns minutos. Tudo o que ele queria era encontrar uma cadeira vazia naquela livraria e sentar e ler um livro. Fazia tempo que ele não se dedicava à arte de ler um bom livro, ler por ler, sem nenhum objetivo além do prazer da boa leitura. Naquele dia, ele não estava à procura de nada nem de ninguém, ele deixaria tudo acontecer por acaso, esperaria para ver o rumo que o destino levaria a sua vida.
Era uma linda tarde de verão, o tempo estava ameno, mas dentro da loja os donos sempre tratavam de exagerar no ar-condicionado. Embora sempre houvesse uma música tocando, naquele momento a loja estava em silêncio. Ele parou para observar e ouvir o silêncio, apreciar o momento, e quando achou que não havia nada demais para ser ouvido, resolveu ir até a prateleira mais próxima pegar um livro para ler. Foi então que ao mesmo tempo seus dedos se encontraram com os de uma garota que estava ao seu lado, alguém que ele não notara em meio a todo aquele silêncio. Ele olhou nos olhos dela e viu os castanhos como as profundezas da terra e do infinito. Se este tivesse uma cor, seria castanho como os olhos dela. Eram olhos castanho escuros como o outono, como o entardecer, um crepúsculo dos deuses a saltar dos olhos dela.
— Me desculpe. – disseram os dois ao mesmo tempo.
Ele não conseguia tirar os olhos dela. Ela estava pouco à vontade com o olhar dele e resolveu quebrar o gelo:
— Você gosta de romance?
— Anh...
Foi quando se deu conta do livro que estava em suas mãos. Um romance adolescente, ou não, como ela viria a lhe dizer depois, era um conto de fadas moderno, do tipo que as histórias que conhecemos podem se encaixar no nosso cotidiano, na vida real. Agora ele acreditava que as histórias não eram só histórias, que elas existiam por uma razão.
— A esperança é o que move estas histórias, é o que faz as pessoas lerem o que aparentemente não passa de uma mera fantasia. Sempre há uma escolha, uma opção. Podemos nos conformar com a nossa realidade ou podemos tentar mudá-la para algo melhor.
— Nem nos apresentamos. – disse ele após uma longa pausa. – O meu nome é... (aqui eu quero deixar em reticências, pois como se trata de uma história real, prefiro que seus nomes continuem no anonimato, até porque não memorizei seus rostos e não sei se os vi depois disso).
— Acredito que você venha sempre aqui, por que nunca te vi antes? – perguntou ela.
— Nunca houve oportunidade, ou nunca observamos um ao outro antes.
— É como se o destino tivesse nos unido exatamente hoje, tinha que ser agora, nesse momento, pode acreditar nisso?
— Não até uns minutos atrás. Agora eu entendo o que dizem os poetas e escritores. Isso é tão estranho.
Aquela foi uma longa tarde, mas passou muito rápido para aqueles dois jovens que acabaram de se conhecer. Uma vida inteira ainda não seria o bastante para tudo o que eles viriam a conhecer juntos, a vivenciar e aprender juntos. Como algo tão intenso viria a surgir tão de repente?
Eles não trocaram telefones, nem combinaram de se encontrar outra vez, mas sempre esperavam um pelo outro, sempre na expectativa da hora em que iriam se encontrar outra vez, e sempre se encontravam entre as prateleiras da livraria, sempre recebidos por sorrisos e abraços um do outro, e sempre se despediam com um “até logo!”. Desde aquele dia em que seus dedos se encontraram ao tocar em um livro que ele ansiava por tocá-la outra vez, sentir outra vez o toque dos seus dedos e suas mãos nas dele. Sonhava com o momento em que estariam tão próximos a ponto de sentirem o calor da pele um do outro, e principalmente, queria muito beijá-la e falar abertamente o que sentia enquanto a abraçaria.
Ele não estava nem um pouco acostumado com tal sensação. Já era um adulto, e durante toda a sua adolescência nunca se sentira de tal maneira por nenhuma garota. Ela o fazia se sentir como um garotinho apaixonado, que ficava sem jeito diante da garota dos seus sonhos. E talvez ela nem soubesse disso, ou também poderia se sentir assim sem que ele soubesse, talvez estivesse pensando nele nesse momento, deitada em sua cama sem conseguir dormir, apenas contando as horas ou relembrando o dia em que passaram juntos, assim como ele estava fazendo neste momento.
O dia em que trocaram telefones foi o mesmo dia em que se beijaram pela primeira vez, em uma tarde de chuva.
 Desde a primeira vez que se viram, suas tardes vêm sendo preenchidas com longas conversas sobre livros e cultura em geral, sempre nos corredores e prateleiras da livraria. Houve um dia em que o tempo se fechou, o céu ficou repleto de nuvens cinzentas e carregadas, anunciando uma chuva iminente que não tardaria a vir. A livraria estava calma e silenciosa, são poucas as pessoas que se aventuram a sair de casa em tempo chuvoso, mas lá estava ele com um enorme guarda-chuva. No fundo, nem iria naquele dia, mas fizera uma encomenda que deveria chegar naquele dia, e não havia nada melhor para se fazer em casa de qualquer maneira. Ele esperou por mais de uma hora, e quando já estava de saída, viu um vulto todo molhado na entrada da loja se aproximar dele aos poucos. Ela acabara de chegar diante dele toda molhada e trêmula.
— Meu guarda-chuva foi levado pela ventania. Era um guarda-chuva bem pequeno, eu não achava que fosse realmente chover tanto e por isso também não trouxe um casaco. O sol brilhava em um céu azul perto da minha casa, diferente daqui. – falou ela nervosa e envergonhada por estar diante dele toda molhada.
— Espera, respira e veste aqui. – ele tirou a sua jaqueta e pôs nos ombros dela para aquecê-la. – vamos tomar um café.
Eles se sentaram e pediram um café. Ela comentou:
— Hoje o tempo não está nada bom. Será que vai melhorar?
— Já está melhorando.
— Mas está chovendo torrencialmente.
— Ah, é que aqui dentro nem dá pra perceber. Desculpe.
Ela começou a rir. Ele ficou sem entender qual era a graça, até que ela disse:
— Não precisa se desculpar por causa disso. Você é fofo, engraçado, mas no bom sentido, não se ofenda. Adoro quando você diz coisas assim, como se estivesse sempre nervoso quando está comigo.
Ele pensou em responder, mas os cafés chegaram nesse exato momento. Ficaram em silêncio enquanto tomavam seus cafés, depois passearam pela loja até o tempo melhorar realmente.
 Enquanto desciam a escada rolante, ela fez algo que o deixou surpreso: segurou em sua mão. Quando estavam esperado o transporte, a chuva recomeçou. Ele abriu seu guarda-chuva e ambos ficaram debaixo, tão próximos que quase se abraçavam, tentando afastar o frio com o calor de seus corpos. Seus olhares se encontraram fixamente pelo que pareceram minutos ou horas. Foi quando ele pensou “é agora ou nunca”.
Largou o guarda-chuva próximo a um poste, apertou suas mãos nas dela e, olhando fixamente para ela, segurou seu rosto e a beijou.
Foi o beijo mais incrível e apaixonante de todos. Tinha o sabor da chuva e o cheiro de perfume, misturados com o gosto de café e paixão. O desejo contido de ambos transformou o beijo em algo leve, gostoso e cheio de esperanças no futuro. O telefone estava com cada um desde a hora do café, e para sempre ficaria guardado, junto com a memória deste beijo.  
Fazia três semanas desde a primeira vez em que se viram, e ainda não tiveram nenhum encontro oficial, nem mesmo o namoro havia sido oficializado ainda. Tudo o que eles tinham eram as intermináveis horas passadas na livraria. Um precisava estar na vida do outro. Era só uma questão de tempo, ou de fazer acontecer o momento. Eles só tinham três semanas do primeiro olhar ao primeiro beijo, e isso já era muito tempo para tão pouca coisa. Foi quando ele decidiu então formalizar um pedido de namoro.
Todos os dias eles se encontravam na livraria, foi o lugar em que eles se viram pela primeira vez. Aquela livraria havia se tornado um lugar especial para os dois. Foi onde tudo aconteceu, onde tudo começou. Portanto, seria lá que tudo realmente começaria de verdade, até o fim, se é que houvesse um.
O dia escolhido foi um domingo, a loja normalmente está lotada neste dia, mas ele estava disposto a correr este risco. Já havia combinado com ela na noite anterior, após horas ao telefone, de que este domingo seria um dia especial, embora ele apenas tivesse dito que eles fariam o que sempre fazem todos os dias. Ele queria deixá-la ansiosa tanto quanto ele estaria, mas sem lhe contar absolutamente nada. Chegaria cedo e esperaria.
Ele escreveu uma dedicatória no livro que lhe daria de presente quando ela chegasse. Além disso, havia comprado um enorme buquê de rosas vermelhas, as preferidas dela e as perfeitas para a ocasião. Rosas vermelhas eram perfeitas para um pedido de namoro.
A entrada da loja era a área mais movimentada, pois era onde se localizava o setor infantil, que estava repleto de crianças que estavam assistindo a uma contação de histórias. As pessoas estavam olhando para ele. O garoto com o buquê de rosas vermelhas. Algumas meninas sussurravam “quem será a sortuda?” “se ela não vier, eu fico com ele” “eu queria só o gatinho, não vou precisar das flores” “como eu queria um desses pra mim...” Ele só pensava consigo mesmo: “em breve chegará um pra vocês. Eu já tenho uma escolhida.” Mas a verdade é que já estava esperando há um bom tempo, o que pôs em dúvida se ela realmente apareceria ou se ele voltaria para casa só esperando por mais um dia. Já estava anoitecendo quando ele resolveu ligar. Não queria mais esperar, ou receberia uma resposta dela ou voltaria pra casa o quanto antes. Sempre fora tímido o bastante para não se sujeitar a fazer qualquer coisa em público.
No terceiro toque, ela tendeu:
— Estou a caminho. Talvez demore um pouco, tem um engarrafamento enorme aqui...
— Eu esperarei.
Era o suficiente. Dentre mais alguns minutos ela estaria lá. Só mais um pouco e tudo começaria a partir dali. Sentou e esperou. Depois resolveu esperar de pé aonde ela chegaria, diante da entrada da loja.
“De onde eu estava, no caixa, eu pude ver tudo isso. Eu não acreditava nisso, só em parte, eu acreditava no amor tanto quanto na fada-do-dente. Sempre detestei essa de deixar um dente debaixo do travesseiro, assim como sempre detestei ter alguém ao meu lado dizendo coisas bonitas e declarando seus sentimentos. Eu me lembro de que, neste dia, a minha gestora estava acompanhando o trabalho dos caixas de perto. Ela se aproximou e disse pra mim e pro seu radinho:
— Tem um príncipe encantado aqui na loja hoje.
Sorrindo, eu respondi:
— Eu sei. Ei vi. Um dia vai aparecer um pra mim também. – e olhando para as minhas colegas, disse: - agora eu vou esperar um desses. Achava que não existiam, mas ele não deve ser o último da face da Terra. Deve ter sobrado um pra mim.
Havia pessoas descrentes com relação a isso, até me disseram coisas do tipo: “vai esperar sentada” ou pior: “vai morrer solteira!”. Não sei quanto a mim, mas depois de meia hora, todos acompanharam de perto e até bateram palmas para o feliz casal. Quando eu vi de longe, jurei se tratar de um pedido de casamento ou algo assim, mas fiquei surpresa. Tudo isso era só um pedido de namoro. Foi a coisa mais linda que eu testemunhei de que eu me lembre. Já vi muitas coisas bonitas, mas não pessoalmente, não de verdade, não tão perto de mim. Esse casal, pra mim, é um verdadeiro exemplo do dia dos namorados, do porque de tal data existir. Há mais do que uma simples troca de presentes no dia dos namorados, há algo maior e muitas vezes inexplicável no sentido e significado da expressão “namorados”, algo que só os grandes poetas ou os grandes apaixonados sabem explicar. Eu não sei dizer, afinal sou só uma amadora, mas espero que todos saibam um dia, inclusive eu.”
Feliz dia dos namorados!