Estou no meu trabalho há cerca de um ano e dois meses. Passei
por muita coisa para finalmente conseguir entrar lá, e não me arrependo nem por
um minuto de ter conseguido o emprego dos meus sonhos. Até que então chegaram
as minhas férias. Um mês inteiro fora do meu trabalho, a rotina que eu aprendi
a amar, um mês inteiro em casa.
Assim como no ano-novo, gosto de pensar em planejar as férias
como resoluções, coisas importantes a ser feitas neste mês. Eu sempre tive
ideias idílicas com relação a esse mês, o mês em que eu faria tudo o que eu
sempre quis fazer, coisas do tipo como viajar, mudar minha aparência ou arrumar
um amor de verão.
Eu não viajei, não mudei minha aparência e não me apaixonei. Só
fiquei em casa com bastante tempo para refletir sobre as coisas que eu vinha
fazendo. Organizei-me a ponto de fazer tudo o que estava ao meu alcance, o que
infelizmente não significa que eu fiz tudo o que gostaria.
Li três livros, paguei todas as minhas contas, aluguei uns
filmes que eu estava querendo assistir e comprei várias coisas, incluindo um
notebook. Tentei aproveitar o máximo de tempo possível, mas na maioria das
vezes eu me senti entediada. Embora eu não tenha feito tudo o que queria, o
pouco que eu fiz eu fiz de forma perfeita, para não me arrepender de nada. O pouco
que eu tive eu posso dizer que foi o melhor do que eu tive. Eu tive a chance de
estar com meus amigos e me divertir o máximo que eu pudesse. Lembro-me de ter
assistido a um filme que eu achava que não ia gostar, mas me surpreendi no
final. Não achava que fosse gostar tanto de assistir “Amanhecer parte 02”. Pouco
antes, fui ver um evento de brinquedos no Centro Dragão do Mar de Arte e
Cultura e achei um dos melhores momentos das minhas férias. Também fui à Bienal
desse ano.
Nestas férias eu aprendi muita coisa. Sobre amizade, amar a
mim mesma, economia, dar valor ao tempo que temos e as coisas pequenas da vida.
Consegui vislumbrar a possibilidade de realizar meu sonho, inclusive esboçando
o projeto. Nesse resto de ano, e no próximo, quero começar do zero, estar
aberta a novas possibilidades, tomar o controle e não deixar que nada nem
ninguém me impeçam de ser feliz.