terça-feira, 13 de outubro de 2015

Resenha: A Melhor Coisa que Nunca Aconteceu na Minha Vida

 
autores - Laura Tait & Jimmy Rice
editora - Quinta Essência
número de páginas - 356
ano - 2015
edição - 1
ISBN - 8544102301
 
   Para começar, esse livro foi um daqueles que eu peguei totalmente por acaso. Como eu trabalho em uma livraria, tenho acesso a todos os lançamentos, e vi esse livro. Virei para ver a sinopse e de cara me despertou a atenção porque eu tenho uma queda por romances entre amigos. Por coincidência, eu li a primeira página justamente por causa disso: eu conheci um garoto, nos tornamos amigos e eu estava naquele dilema do "falo ou não falo o que eu sinto" e a primeira página já começa com a garota andando até a casa do rapaz elaborando em sua cabeça a melhor maneira de contar a ele. Se ela contou ou não? Aí você vai ter que ler para saber.
   Dentre as várias coisas que fizeram eu me apaixonar por este livro é justamente a história. Apesar de existirem vários livros com a mesma temática por aí (vide UM DIA e SIMPLESMENTE ACONTECE, que também são meus preferidos, dentre outros) este é escrito por dois autores que são grandes amigos. Se foi baseado em fatos reais da vida deles eu não sei, mas a história vai se revezando, ora escrito pela Laura, ora pelo Jimmy, o que ajuda a dar maior identificação do leitor com a história. Também tem recapitulações, começando a história em 1999 e terminando em 2011 e as recapitulações não são na ordem em que acontecem os fatos. Embora os personagens não sejam tão bem desenvolvidos, eles tem certa profundidade, nuances que vão se revelando aos poucos.
   Geralmente, nas histórias em que amigos se apaixonam, quem descobre o sentimento primeiro é a mulher e ela tenta chamar a atenção do cara até que ele se dá conta muito tempo depois, as vezes até tarde demais. No caso desta história, o garoto nutria uma paixão secreta pela menina desde que ela se mudou para o colégio dele, aos 6 anos de idade. Desde o começo eles sempre foram amigos e ele sempre teve esse sentimento a mais por ela, mas ela era uma menina que viajava muito, conhecia muitas pessoas, interagia com todas as meninas da escola, estava entre as populares e de acordo com ele, garotos melhores que ele viviam se aproximando dela e portanto ele não tinha a menor chance.   
   Mesmo ele sendo tímido e desajeitado, eles eram melhores amigos, ela sempre gostou muito dele, mas na adolescência ela não o via daquela maneira, ou até via mas não sabia o que era aquela aflição que dá no nosso peito, aquele pulo que o nosso estômago dá sempre que ele se aproxima. Só sabe quem já sentiu, não é uma coisa que dá para explicar.
   A sinopse da história é basicamente essa: eles passaram a infância e adolescência juntos. Alex sempre quis ser professor mas não era muito pé no chão, ele idealizava a profissão assim como idealizava Holly. Já Holly sempre teve o sonho de percorrer o mundo e viver grandes aventuras em suas viagens. A ideia era planejar o futuro logo após a formatura. Alex queria se declarar para Holly antes que ela decidisse viajar e esquecer o amigo em suas aventuras. Holly tinha um namorado e decidiu ir a uma festa antes de se formar, como uma comemoração. O capítulo 01 começa aí, mas devido a uma contramão do destino e um erro de comunicação e conselhos errados dos amigos, os dois acabam seguindo em caminhos opostos após a festa e só se encontram cerca de dez anos depois.
   Dez anos depois, o destino resolveu agir com essas estranhas coincidências e uniu-os novamente. Qualquer um que acredite em destino vai pensar que essa é a chance perfeita, que eles seriam burros se não aproveitassem a oportunidade, mas convenhamos, em dez anos muita coisa pode acontecer, tudo pode mudar. Primeiro: será que eles conseguiram realizar tudo o que eles queriam na juventude? Será que eles ainda tem os mesmos sonhos, os mesmos sentimentos um pelo outro?
   Primeiro: não sei se com todo mundo é assim, mas comigo (e com Holly e Alex) por mais que o sentimento ainda exista, o ideal é verificar o terreno, por assim dizer, e só então ver se é seguro se declarar, pois com um estranho não há nada a perder, mas um amigo... As chances de as coisas ficarem estranhas entre você e seu melhor amigo são enormes, se ele não retribuir os sentimentos, a conversa vai ficar na cabeça por meses ou até anos e ele vai se sentir culpado até que consiga se afastar de vez e antes disso ele vai ficar estranho com você porque não vai saber o que dizer ou o que pensar. Sempre vai existir aquele fantasma, aquela preocupação se ele/ela está mesmo bem em ser apenas amigo/a. Tudo o que for dito entre vocês poderá ser interpretado com outro sentido. Para aqueles que se importam com uma amizade, o risco é grande e você tem muito a perder, aqui não vale aquela história de "o não você já tem, se não der certo, você não perdeu nada porque tudo estará do mesmo jeito". Aqui fala alguém com experiência no assunto: QUEM LHE DISSER ISSO É UM IDIOTA! Não só você sai perdendo, mas ambos perdem com isso. É um risco, é. Você só vai saber se ele sente o mesmo se você se declarar, sim. Mas só faça isso se tiver certeza, ou utilize outros meios, outras pessoas, tente parecer que você não tem nada a ver com isso, peça a ajuda a amigos em comum, crie uma situação em que você veja os sinais, ou pelo menos fale de maneira sutil, antes de falar tente demonstrar com exemplos (seus ou de outros casais) que se algo assim acontecesse vocês ficariam bem.
   Embora eu tenha citado exemplos e conselhos meus, o mesmo aconteceu com Holly e Alex. Holly não viveu a vida glamorosa, viajando ao redor do mundo. Ela foi para Londres trabalhar como assistente em uma empresa de marketing e tem um caso com o chefe. Ele não é casado, só tem vergonha de assumir que tem um relacionamento com a secretária e sempre inventa mil desculpas para deixá-la na mão sempre que ela mais precisa dele e ela faz o papel de namorada compreensiva porque "não é justo com ele", "quando ele for promovido, como prometeu, ele vai me assumir", ou ainda "ele não pode agora porque vive ocupado". Vai por mim, Holly, eu já passei por isso e quando o cara realmente está a fim de você, ele arruma um jeito de estar com você, sempre. Claro que quando estamos apaixonadas, nunca vemos isso porque o amor nos deixa cegos, surdos e burros, é o que eu sempre digo.
   Já Alex vai parar em Londres como professor em uma nova escola, é tudo muito novo pra ele, que antes lecionava na cidade natal Mochton. Teve que contar com a ajuda do seu amigo Kev para tentar se adaptar na cidade, tentar alugar um apartamento, fazer os alunos gostarem dele... Mas Kev não mora com ele, só o ajudou a de adaptar. O pai dele conhece a mãe de Holly, e ambos tem a ideia de passar o e-mail dela para ele. Aquela primeira conversa por e-mail foi curta e estranha, depois de dez anos você acaba reencontrando uma amiga muito querida, mas se passaram tantos anos que os assuntos que conversavam meio que se perderam no caminho. Mas apesar do primeiro contato ter sido estranho, eles marcaram de se encontrarem pessoalmente e foi como se o tempo não tivesse passado. Claro que o amor que tinham um pelo outro foi adormecido, mas foi como reencontrar um velho amigo, em que por mais que o tempo tenha passado vocês acabam se divertindo da mesma maneira de antes. Todos o problemas desaparecem, tudo fica melhor. Mas a verdade é que amigo de verdade é aquele que está com você nos bons e nos maus momentos. Ri com você, chora com você, oferece o ombro amigo, dá conselhos e opiniões. E foi assim que um se mostrou ao outro. As coisas não são mais como no ensino médio, agora ambos tem problemas de adulto para resolverem e numa hora dessas é sempre bom ter alguém ao seu lado. Holly era uma mulher melhor quando estava com Alex, e Alex também se sentia melhor com ela por perto.
   Mesmo e eles não ficassem juntos no final (você vai ter que ler para descobrir), o livro vale a pena justamente por causa da relação entre os personagens, que parecem tão reais, que tem problemas que todos nós temos, as mesmas dúvidas e as mesmas certezas, também acertam assim como cometem incríveis besteiras. É perfeito para quem se identifica, para quem já passou pelos mesmos dramas ou mesmo para quem quer descontrair na leitura, ler algo mais leve e gostoso.    


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Série do Dia: Hart of Dixie

capa da primeira temporada da série, representa bem o sentimento da personagem: sentindo-se sozinha em um lugar novo, mas não se preocupe, no decorrer da mesma temporada, as coisas começam a mudar para a protagonista, a Dra. Zoe Hart.

Hart of Dixie acompanha a história da Dra. Zoe Hart, uma médica recém-formada que acaba aceitando o convite de um estranho e indo morar na cidade de Bluebell, no Alabama, A virada em sua vida se dá após perder uma bolsa de estudos em Nova York por acharem que ela trata os pacientes como objetos, não pessoas.
Porém, a vida na pequena cidade de Bluebell não é tão simples assim. Além de ter problemas com o outro médico da cidade, Zoe ainda percebe que de pacata Bluebell não tem nada. Ali ela encontra não apenas um caminho para sua vida, mas descobre mais sobre seu passado e entende melhor a relação conturbada existente entre seus pais e ela. A série marca o retorno de Rachel Bilson, a eterna Summer da série The O. C. para o mundo da televisão após quatro anos de ausência.
(sinopse do site Minha Série).

 Aqui nesta imagem o elenco principal está todo definido. Zoe no centro; à esquerda, Anabeth, uma das melhores amigas de Zoe, e também é amiga de Lemon Breeland (loira à direita); ao seu lado está o prefeito de Bluebell, Lavon Hayes, melhor amigo de Zoe; o advogado da cidade, George Tucker; à direita, Wade Kinsella, barman e vizinho de Zoe; Lemon Breeland e seu pai ao fundo, o outro médico da cidade que vai disputar com Zoe por pacientes, o Dr. Brick Breeland.
Aqui no Brasil, a série foi exibida no canal SBT e no canal E! sob o título de " Escolhas do Coração". Teve quatro temporadas, sendo três no formato padrão americano de 22 episódios e a quarta temporada teve apenas 10 episódios, em que todos já sabiam ser o final. Por conta da gravidez da atriz Rachel Bilson, o roteiro da última temporada teve que ser adaptado, mas nem por isso deixando a desejar, pelo contrário, teve um dos finais mais emocionantes de todas as séries que eu já vi, ganhou um espaço no meu coração como uma das melhores séries de todos os tempos (desculpa mas essa é só a minha opinião, infelizmente ela não caiu na lista oficial das melhores).
Confesso que no começo não dava muito valor a ela, para mim era sobre uma garota nova-iorquina super estilosa aprendendo a viver uma vida no interior, mas depois fui me identificando com as trapalhadas de Zoe, que além de desastrada, fala demais (também tinha inveja de suas roupas e dos gatos que ela pegava!). Com o tempo, a série foi evoluindo cada vez mais, me conquistando cada vez mais, como os personagens ganhando destaque e maior profundidade em suas personalidades e a série passou a ser sobre as pessoas daquela cidadezinha, não só sobre a Zoe. Annabeth, de figurante na primeira temporada passou a ser uma personagem de destaque, com direito a dois pares românticos a partir da terceira temporada. E Lemon Breeland, de antagonista na primeira temporada, passou de esposa exemplar a mulher independente, dona de seu próprio restaurante e grande empreendedora, ou seja, ela deixa de focar sua vida no amor e passa a ver que ela também pode ter outras habilidades além de ser uma "Belle"(Belles são um grupo de mulheres da cidade que se reúnem para organizarem eventos de ordem histórica e turistica para promover a cidade).
A qualidade da produção e do roteiro foram pontos de destaque da série, que tem um estilo simples de narrar uma história e personagens cativantes. Trata-se de uma série de comédia composta de tramas pequenas, situada em uma cidade pequena. Ela tem aquilo que há de melhor em séries de tv americana: todos os personagens se conhecem e se entendem como se fossem uma família, como aqueles tradicionais filmes de histórias interioranas, em que todos são acolhedores com quem chega e que cada personagem que sai deixa saudades, de tão próximos que são de todos nós. Enfim, vale a pena ver, ter, compartilhar, indicar. Eu sempre recomendo essa série com todo amor do mundo e sempre me orgulho de ver que a pessoa amou e chorou emocionada no final.

Sem querer dar spoiler, mas como a atriz Rachel Bilson engravidou, consequentemente, Zoe também engravidou, e a despedida foi um verdadeiro musical e que também serviu para matar a saudade de todos, pois o evento reuniu literalmente todos os personagens da série inteira! Aqui está para sentirem o gostinho. E sim, o nome do último episódio se chama mesmo Bluebell.