sábado, 24 de janeiro de 2015

resenha do livro "Penélope"


PENÉLOPE
autora - Marilyn Kaye
editora - Galera Record
preço sugerido - R$35,00

               Bom, para começar a resenha deste livro, quero dizer que comprei ele por causa do filme, que eu amei! Sempre fui fã dos chamados "novos contos de fadas" em que, ao invés do que costuma acontecer nas histórias Disney (sem querer criticar, afinal eu também amo as histórias Disney) em que a princesa geralmente espera pelo amor verdadeiro para ser feliz e escapar de algum tipo de provação, nessas novas histórias, como é o caso de Penélope, elas passam por aventuras e por um autodescobrimento e acabam encontrando a felicidade sem a necessidade de um príncipe encantado.
               Nesta história, Penélope foi amaldiçoada por causa de um erro cometido por um ancestral distante, em que o aristocrata da família se apaixona pela empregada. Ele, inocente, achou que poderia se casar com ela e fez promessas e até a engravidou, mas ao apresentá-la a família, descobriu que nunca poderia ficar com ela por ela ser de classe social inferior. A moça, muito triste, se suicidou e sua mãe, que era uma bruxa, lançou uma maldição na família em que a próxima menina da família a nascer viria com nariz de porco e só o amor verdadeiro de alguém de sua mesma condição poderia quebrar o feitiço.
              Penélope foi a primeira menina da família a nascer logo após o feitiço ser lançado, quase dois séculos depois, e os pais tentaram de tudo, em todos os médicos um meio de operar o nariz da menina. Como nenhum meio foi eficaz, a mãe resolveu esconder a menina do resto do mundo. Tudo o que a jovem Penélope conhecia do mundo lá fora era em seus livros ou na tv, nunca pôs os pés fora de casa. Ela sempre sonhou em conhecer o mundo, mas seu nariz assustava a todos.
            Na tentativa desesperada de reverter o feitiço, a mãe da menina contratou uma "casamenteira" para a menina assim que ela fez 18 anos, e todos os candidatos tinham que assinar um contrato de confidencialidade para que a lenda da "menina-porca" não se espalhasse. O único que desconfiava da existência de Penélope e sua deformidade era o jornalista Lemon, que teve um vislumbre dela quando ela era um bebê, mas a mãe o atacou com uma concha e o fez perder o olho.
           A história começa justamente quando um dos aristocratas que visita Penélope a vê pessoalmente e fica chocado de tanto pavor com a visão, e quando ele tenta denunciar a existência de "um monstro" na casa dos Wilhern, todos o ridicularizam, e por isso ele jura se vingar dela. O repórter Lemon escuta a conversa e decide ajudar o rapaz a provar que ele diz a verdade, e os dois bolam um plano: convencer um próximo candidato a tirar uma foto dela e publicar no jornal. Em um velho pub da cidade chamado Clovedilly eles encontram o candidato ideal, um ex-aristocrata que aparentemente perdeu tudo em jogos chamado Max Campion. Com 5 mil dólares, ele aceita ir a casa da garota e tirar uma foto dela, mas ao chegar lá e conhecê-la de verdade, ele se arrepende do trato porque ambos acabaram se apaixonando. Quando os pais de Penélope descobrem que Max está trabalhando com Lemon, o expulsa de casa, e Penélope, cansada de se sentir maltratada e humilhada por causa da maldição, resolve sair de casa às escondidas.
          A partir daqui começa o que eu considero a melhor parte da história: com um lenço cobrindo o rosto, Penélope vai sozinha conhecer o mundo. Aprende a se virar sozinha, faz amigos e aprende muitas coisas novas e vive novas experiencias que ela nunca achou que viveria um dia. Sua melhor amiga Annie dá conselhos a ela sobre ser ela mesma e que um nariz de porco não define quem ela realmente é, inclusive todos a aceitaram quando ela se revelou.
          A terceira parte é focada no Lemon, no Max e na Penélope, em que Lemon fica amigo de Max e tenta entender porque ele não quis casar com ela e assim quebraria o feitiço, quando ele descobre seus reais motivos, fica sensibilizado com o casal e se mostra disposto a ajudar, mas Penélope já está de casamento marcado com um aristocrata que poderia quebrar o feitiço, por isso a mãe dela não deixou que Lemon falasse com ela e explicasse a verdade sobre Max. O feitiço é quebrado, não por um gesto de amor verdadeiro do "príncipe encantado", mas por ela mesma, afinal o feitiço seria quebrado por alguém que a ame de verdade e desde o começo ela fora criada para acreditar que aquela não era ela, que ela precisava de um casamento com alguém de sangue azul para se livrar da maldição. Quando ela conheceu o mundo e outras pessoas que a aceitavam apesar da aparência, ela passou a amar a si mesma, não importando a aparência que tivesse. No momento em que ela acreditou nisso e conseguiu amar a si mesma apesar do nariz, o feitiço se quebrou e ela não precisou se casar, pois ela percebeu que tinha uma vida maravilhosa e não precisava de um homem para ser feliz.
          Com o feitiço desfeito, ela vive uma vida feliz, a mesma vida que tinha antes de quebrar o feitiço, assim que saiu de casa, apesar de depois do feitiço desfeito ela pôde desfrutar de ser uma pessoa anônima outra vez, pois antes ela era a famosa "menina-porca". Depois de um tempo vivendo feliz, sua amiga Annie a convida para uma festa de Halloween de um jornalista conhecido de um conhecido dela, e no mesmo dia mais cedo Penélope recebe pelo correio uma pasta com informações sobre um tal de Johnny Martin, que antes ela conhecia por Max Campion. Ele mora com o tal jornalista e ela aceita ir a festa com fantasia de... Penélope (máscara com nariz de porco). Depois que eles conversam, vem aquele velho sinal de "e eles viveram felizes para sempre..." O sinal só dá para saber quando você ler lá, na última página (não é um sinal, desenho ou marca, caso você tente ir conferir. O sinal é aquilo que você sente ao ler o final!).

Enfim, essa não é uma história que começa com "era uma vez" e termina com "... e eles viveram felizes para sempre!", mas é uma história sobre o poder de acreditar em finais felizes e que somos nós que fazemos o nosso destino, não precisamos ficar esperando por príncipes encantados nem ninguém do tipo para resolvermos tomar o rumo de nossas vidas e sermos felizes de verdade, amando primeiro a nós mesmos e nos aceitando. Depois disso, o que tiver que acontecer será porque se amou primeiro, só aí alguém a amará!  

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

resenha do filme "AMOR A TODA PROVA (crazy,stupid, love)"


            Minha primeira resenha do ano é deste filme que eu assisti na semana passada. Antes de começar, acho melhor dizer que meu texto terá altos spoilers, então se você não gosta de spoilers, saia daqui.
           Pois bem, comprei este filme em uma liquidação na Saraiva, mas os únicos contatos que eu tive com o filme antes foram de uma amiga me dizendo que Ryan Gosling mostra seu abdomen e meia hora do meio do filme em um período em que minha tv a cabo liberou o sinal do canal HBO por três dias. Como vi que ele estava em promoção e a sinopse do filme parecia ser interessante, resolvi comprar. Assisti junto com a familia, o que gerou alguns momentos constrangedores, mas tudo bem.
          A ideia do filme é bem simples: um cara é traído pela esposa e vai para um bar afogar as suas mágoas quando conhece um cara disposto a solucionar todos os seus problemas de auto-estima. Em paralelo, há uma garota que nutre uma paixão platônica pelo namorado advogado e sonha em ser pedida em casamento quando vai a esse mesmo bar e conhece o cara que resolve problemas de auto-estima. Ele a paquera (alguém ainda utiliza essa expressão "paquerar"? Pois eu utilizo) mas ela o rejeita. Os filhos do casal ficam com uma babá, uma adolescente de dezessete anos que secretamente tem uma paixão pelo patrão, o pai das crianças que ela cuida. O dito casal tem dois filhos que a babá cuida, sendo que o menino é apaixonado pela babá. No fim fica claro que o casal não tem apenas dois, mas três filhos, e que a filha mais velha do casal é a mesma jovem advogada que foi paquerada no bar, e que o novo namorado dela é o mesmo cara que deu conselhos sobre masculinidade e auto-estima ao seu pai.
          Acompanhou? Pois é, eu disse que era simples, fiz de propósito ao não dizer os nomes dos personagens e ficar mais complicado ainda (ou não, iria dar mais spoilers ainda).
       O filme trata de relacionamentos de maneira leve e divertida, com diferentes formas de pensar e agir de acordo com as experiências de cada personagem. Cada um lida com o amor de maneira diferente e o mais interessante é a forma como os personagens percebem seus erros e tentam corrigir, só que o giro se torna maior ainda, ou como eles se contradizem sem preceber e fazem loucuras achando que estão agindo de forma correta.
Exemplos:
01. Cal e Emily são um casal comum, que cairam na rotina depois de muitos anos juntos. Emily conta ao marido que quer o divórcio porque o traiu com um colega de trabalho. De início, Cal fica sem reação, depois desabafa com a babá assim que chega em casa e chora no trabalho no dia seguinte, até chegar à fase em que passará a maior parte de suas noites em um mar, caindo em depressão.

02. Hanna está em um bar conversando com sua amiga sobre seu namorado que não toma nenhuma atitude, mas que a enche de falsas esperanças e a deixa nas nuvens, até que o galã Jacob chega até a mesa delas e começa a elogiá-la, tentando chamar sua atenção, mas ela dá um fora nele e sai do bar às pressas. 

03. A babá dos filhos de Cal e Emily é secretamente apaixonada por Cal, mas ela é muito tímida para seguir com a ideia de revelar seus sentimentos a ele. Enquanto o filho do Cal cai de amores por ela, ele tenta de tudo para chamar a atenção da babá, sem saber que isso a afasta mais, mas veja bem, ela também é apaixonada por alguém mais velho e manda o menino parar com criancices e crescer. Ela tenta parecer adulta e faz em casa um ensaio de fotos nua e põe em um envelope para entregar a Cal, o que também é uma atitude infantil da parte dela.

04. No caso de Emily, ela cai por si e percebe que também tomou a atitude errada com relação ao seu marido e mesmo sem admitir que quer voltar, tenta conversar sempre com ele despretensiosamente, só porque sente a sua falta.

       Jacob Palmer se propõe a ajudar Cal a recuperar sua auto-estima, tentando conquistar o maior número possível de mulheres por noite. A principio, parece ser uma boa ideia, mas isso não ajuda Cal a esquecer sua esposa. Enquanto Jacob, sem perceber, se fecha para o amor por medo de se machucar, mas em determinada cena percebemos o quanto ele se sente solitário em sua casa enorme e sem mais ninguém além dele. Todo o luxo e as mulheres do bar não preenchem o vazio que faz a falta de um "amor verdadeiro". Hanna também percebe o quão boba ela tem sido com relação ao seu namorado e resolve sair da relação quando ela achava que ele a pediria em casamento ele só anunciou um contrato de trabalho a ela. Ela acaba bebendo todas para ter coragem suficiente para aparentar ser uma mulher diferente e chega até o mesmo bar em que ela encontrou Jacob, dá um beijo apaixonado nele e o convida para transar, sendo que, além de bêbada, ela demonstra estar totalmente despreparada. Ela até quer, mas não consegue. E ele não a trata mal, pelo contrário, prepara tudo e faz tudo o que ela pede (tirar a camisa, mostrar sua casa, incluindo uma cadeira de massagem e responder perguntas pessoais) bem enquanto estão na cama, prestes a transar. De tanto enrolar, ele acaba dormindo antes de conseguir. Ele a leva para a cama, mas eles apenas dormem, é uma cena hilária, que vale a pena ver. Depois desse dia, Cal se vê sozinho no bar. Seu companheiro Jacob não está mais lá, o que nos faz perguntar o que aconteceu com ele.
        Dias depois ele liga para Cal pedindo conselhos, pois agora iria conhecer os pais da garota que conquistou seu coração (pois é, leitores, o papel se inverteu!). Cal o parabeniza e o aconselha, e a garota que está com ele é... Hanna! até aí eu não fazia ideia de quem eram os pais da Hanna, que não haviam sido mostrados. Quando os pombinhos chegam, Cal está fazendo uma surpresa para reconquistar Emily quando Hanna entra de braços dados com Jacob e Cal a chama de filha, aí só vendo mesmo, outro ponto alto do filme.

       É um ótimo filme para se divertir e a regra é a mesma de sempre quando se trata de relacionamentos: cada relacionamento é diferente, cada ser humano é diferente, cada um de nós vê o amor de maneira diferente. A principal regra é que não há nenhuma regra específica. O que parecia certo para Jacob não se aplicava a Cal, por exemplo. No momento em que eu pensei que Hanna estava agindo errado, que qualquer outro homem a teria dispensado ali mesmo na cama, ou desapareceria no dia seguinte, ele parou para ouvir e dar toda a atenção que Hanna merecia, tendo inclusive que provar que merece a confiança do pai da garota, pois antes eles eram amigos, mas a coisa muda de figura quando seu melhor amigo namora a sua filha, não? Mas o amor é assim, nos faz perder a noção de bom senso, nos deixa cegos, burros, fazemos loucuras em nome do amor, mas no final do arco-íris parece valer a pena todo o caminho para chegar até lá, pelo menos é o que dizem, não?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

minhas metas para 2015:

Antes de começar minha lista de metas para o ano vigente, sempre olho a do ano anterior para ver o que se concretizou o que vai ser repetido. Confesso que fiquei um pouco decepcionada com o tamanho tão mínimo da minha lista do ano passado e que mesmo sendo uma lista tão pequena eu nem consegui conclui-la. Muitas coisas eu até comecei, mas parei pela metade, como manter um diário, outras eram coisas que eu fazia antes, como escrever um livro, que eu acabei abandonando por completo, ou pior ainda, como juntar dinheiro, quando eu tinha uma grande quantia junta, mas tive que recomeçar do zero em pleno mês de novembro. Nunca me matriculei em nenhuma academia e nem fui atrás de tirar carteira de motorista. Minha lista de livros diminuiu drasticamente, enquanto minha lista de filmes aumentou consideravelmente (pena que eu perdi a do ano anterior para comparar, só me lembro que foram entre 47 e 49, a deste ano chegou a 53!).
Este ano eu quero fazer diferente, não sei como fazer diferente, mas o que tenho a dizer com relação ao ano de 2014 é que foi um ano difícil, acho que para muitas pessoas este foi "o ano que todos queremos deixar para trás" e comigo não foi diferente. Muita coisa aconteceu, infelizmente muitas coisas ruins, foi um ano em que não consegui progredir em muita coisa, tanto as coisas que estavam ao meu alcance como as que não dependiam de mim também não deram certo. Este ano eu aprendi algumas coisas importantes com relação ao caráter das pessoas: pessoas que eu achava que eram meus amigos me decepcionaram várias vezes e mesmo assim tive que perdoá-los porque eram minha única opção, enquanto por outro lado eu descobri amigos ao lado da minha cadeira (ou atrás dela) que antes eu nem conhecia. Também passei por muitas dúvidas e conflitos em minha mente durante os meses finais, também vi de perto a transformação de uma cereja feliz para uma cereja murcha, e ao tentar puxar a corda que a segurava aqui eu quase caía também, mas por sorte ela conseguiu subir de volta ao nosso mundo. Senti falta de alguns amigos, mas não sabia o que fazer para dizer o quanto eu sentia falta deles e quase os perdi também.
Me tornei mais medrosa, mais chata, mais irritante (e mais irritável), mais amarga, mais frustrada, menos solícita, menos simpática, menos esperançosa. O que provavelmente dá razão as pessoas que dizem que morrerei sozinha, porque mais uma vez ainda não consegui um namorado, e não consigo ser simpática o suficiente para atrair um bom garoto (ou só um garoto nerd, mas pelo visto é pedir demais) e mais uma coisa: deixei meus desejos de lado por provavelmente nada, eu não tenho um motivo específico, só perdi a vontade de seguir em frente.
Meu maior desejo é que esse ano seja diferente, que as coisas mudem para melhor, que todas as mudanças que estiverem ao meu alcance eu possa concretizá-las e o que não estiver, Deus proverá em seu próprio tempo.
Mas como sou uma pessoa viciada em listas, não pude resistir e irei listar as metas deste ano:

1. Me matricular em uma academia;
2. Me matricular em um curso de inglês /informática;
3. Aprender a cozinhar;
4. Fazer/participar de um blog;
5. Tirar carteira de motorista;
6. Mudar de casa;
7. Continuar juntando dinheiro;
8. Viajar;
9. Ler/escrever mais;
e para encerrar, este último item nem deveria ser uma meta, pois além de não depender totalmente de mim, não tive nenhum progresso nos últimos anos, mas por que não?
10. Arrumar um namorado.

Livros lidos em 2014 (em ordem decrescente, do último ao primeiro):

1.Simplesmente Acontece; Cecelia Anhein.
2.Feitiço; Sara Pinborough.
3.Como Eu Era Antes de Você, Jojo Moyers
4.Contos da Seleção, Kiera Cass;
5.A Escolha, Kiera Cass;
6.A Elite, Kiera Cass;
7.1984, de George Orwell;
8.O Discurso "Faça Boa Arte", de Neil Gaiman;
9.Cidade das Almas Perdidas, Cassandra Clare;
10.Sinal e Ruido, Neil Gaiman;
11.A Comédia Trágica ou Tragédia Cômica do Mr. Punch, Neil Gaiman;
12.A Menina Que Roubava Livros, Markus Zusak;