domingo, 26 de outubro de 2014

A arte de viajar/imaginar

Antes de começar, gostaria de ir logo dizendo que nunca viajei, pelo menos não fisicamente. Nunca sai de Fortaleza, nunca vi o mundo lá fora, nem mesmo dentro da minha própria cidade. Sou uma turista em minha própria cidade, por assim dizer. Só viajo sempre na minha imaginação, ou quando leio e vejo algum filme ou série de tv.
Tudo o que eu sempre quis durante todo esse tempo era sentir aquela sensação de liberdade, o vento correndo pelos meus cabelos e agitando as folhas de outono.
Quero gritar bem alto no meio de um deserto, sozinha, só para desabafar. Quero andar, correr, fotografar todos os momentos felizes, de todas as pessoas, em todos os lugares.
Quero mostrar para o mundo quem eu realmente sou e quem eu quero ser. Quero voar para bem longe com minhas próprias asas e ver o resto do mundo de longe, ver todo o mundo até onde a minha vista alcançar.
Quero encontrar um lugar, ocasião ou pessoa que me faça me sentir em casa.
Quero ter uma casa, ou quarto, ou qualquer outro lugar que possa chamar de meu.
Quero viajar, conhecer cada parte deste grande mundo e por que não, de outros também, afinal de contas ninguém disse ainda que era impossível.
Não vou dizer que quero sonhar mais alto, porque isso é tudo o que eu faço, se sonhar mais alto eu saio voando, igual ao senhor Frederiksen, do filme “Up – Altas Aventuras”. Mas seria uma boa ideia dizer que, ao invés de sonhar alto, poderia realizar meus desejos mais loucos. Escrever este texto sem dúvida é um destes, puro improviso, na qual eu contei só o que estava na minha cabeça, em um daqueles momentos de crise de criatividade. Já ganhei até prêmios com um texto do tipo “como não sei escrever”, por isso ainda estou aqui, alguém ai do outro lado da tela gosta de mim (ou do que eu escrevo).

E para encerrar, as outras que eu quero: visitar Hogwarts, viajar de TARDIS com o Doctor e fazer minha festa de 15 anos (ou 16).

quarta-feira, 23 de abril de 2014

MINHA LISTA DE PRESENTES DE ANIVERSÁRIO 2014:

ATENÇÃO: ESTA LISTA É APENAS UMA ORIENTAÇÃO, NINGUÉM É OBRIGADO A SEGUI-LA A RISCA, TRATA-SE DE UMA LISTA DE DESEJOS ORGANIZADA POR CATEGORIAS, POIS MUITO MAIS IMPORTANTE DO QUE GANHAR PRESENTES É SER LEMBRADA NO MEU DIA MAIS ESPECIAL DO ANO, BASTA SABEREM DISSO. NO MAIS, SINTAM-SE A VONTADE PARA LER OU NÃO.

LIVROS:



















cd's:






SHOWS:


SÉRIES:






FILMES:
















O DIA EM QUE CONHECI O "DOCTOR WHO"

Foi há muito tempo, nem me lembro bem quando. Talvez há alguns anos ou há alguns minutos atrás. Mas isso não importa, pois com ele, o tempo é a coisa mais oscilante que pode existir, assim como a dimensão do espaço. Pode ser que seja algo que aconteceu, mas também pode ser algo que ainda vá acontecer no futuro. Aqui ou em qualquer outro lugar do Universo. Como eu disse antes, isso não importa agora. A única coisa que eu sei ao certo sobre aquele dia é que ele mudou a minha vida completamente.
Aconteceu justamente quando eu estava sentada em frente ao meu notebook, tentando escrever mais uma história da coleção “faça um pedido”. Como diz o titulo, a personagem tem que desejar algo, “fazer algum pedido, consciente ou não disso”. Eu estava sem nenhuma ideia boa o bastante para um texto decente, do tipo que valha a pena mostrar, mas tive que parar porque havia um barulho me incomodando, um barulho estranho, como um ruído de uma cafeteira ou de uma panela de pressão, mas bem mais ruidoso e estranho, algo difícil de explicar. Enfim, é mais fácil se entrarem na minha mente, dai vocês entenderão melhor o que eu estou querendo dizer. Aqui está o que aconteceu naquele dia.
A primeira coisa que eu ouvi foi um forte barulho vindo do outro lado da rua, um som que aparentemente ninguém mais ouviu. Eu simplesmente pensei ter ouvido coisas e voltei ao que estava fazendo, que naquele momento não era nada de importante, pelo menos nada que eu possa me lembrar. Eu estava de férias do trabalho e estava pretendendo sair, mas algo muito estranho estava acontecendo no clima naquele momento: nuvens escuras e rodopiantes em torno da minha rua, como se algo estivesse querendo sair em um buraco no céu. Não havia mais ninguém em casa e, como eu nunca vi nada assim, resolvi sair dali o quanto antes, embora me parecesse arriscado demais.
Ao sair às pressas pelo portão, sem querer esbarrei em um homem alto, de paletó e sobretudo, o que era bem estranho para os padrões de temperatura de Fortaleza. Não vi o rosto dele, pedi desculpas e simplesmente continuei correndo até a parada de ônibus, mas ao chegar lá, algo me fez parar abruptamente.
Na pressa, me dei conta de que esqueci meu celular, e pelo visto haviam colocado uma cabine telefônica nova na rua, mas era absolutamente estranho isso justamente porque aqui na minha cidade existem os “orelhões”, que são as máquinas telefônicas nuas, sem nenhuma cabine cobrindo-as. Nunca houve necessidade de os telefones serem guardados em cabines. A cabine era azul e tinha inscrições da policia, mas com uma placa que indicava uso público. O problema era que a mesma estava trancada, provavelmente porque eles ainda estavam instalando. Eu senti o impulso de tentar abri-la justamente porque ela me era estranhamente familiar, como se eu devesse me lembrar desta cabine como se fosse algo extremamente importante para mim, como se só agora, ao olhar para esta cabine policial azul em estilo retrô, eu me desse conta de que tem algo faltando em mim, algo essencial à  minha vida. Mas como ela estava trancada, eu voltei pra casa para pegar o meu celular. E qual não foi minha surpresa ao me deparar com aquele mesmo cara de casaco de risca de giz e tênis all star tentando arrombar o portão da minha casa.
- Ei! – eu falei.
- Olá!
Ele estava tentando quebrar o cadeado do meu portão com um tipo estranho de chave de fenda, provavelmente eletrônica, pois ela emitia um som e acendia uma luz azul.
- Está tentando entrar na minha casa. Por que está quebrando o cadeado do portão da minha casa? – eu gritei com ele.
Ele escondeu rapidamente a sua chave de fenda e tirou do bolso do casaco uma carteira com um papel em branco dentro.
- Por que está me mostrando isso? Deveria ter alguma coisa escrita aí?
Ele chegou mais próximo de mim, quase encostando nariz com nariz, como se estivesse me analisando, e passou a sua chave de fenda em torno de mim, ela emitindo um som estranho outra vez.
- Estranho, muito estranho...
- Estranho digo eu, você é que é muito estranho. Ainda não me disse o que está fazendo aqui no meu portão, nem muito menos quem é você.
- Você mora aqui nesta casa? Sozinha?
- Não, mas eu não tenho o costume de responder perguntas a estranhos.
- Bem lembrado! – e tirando as mãos do casaco, me cumprimentou, dizendo: - Eu sou o Doutor!
Na hora, eu achei muito estranho alguém se apresentar assim, mas quando ele me disse, tive a impressão que deveria conhecer este nome, embora não fosse necessariamente um nome, mas era como se eu o conhecesse e não o visse há tempo suficiente para que eu pudesse esquecê-lo. Eu só sei que guardei todas estas minhas perguntas para mais tarde e apenas perguntei:
- Que Doutor?  
- Só “Doutor”.
- Vou fingir que tudo bem, mas o que um “Doutor” estaria fazendo em minha casa, tentando entrar sem ser convidado, tentando passar...
Mas ele pôs o dedo na minha boca, tentando me fazer calar, e dizendo:
- Está acontecendo algo muito estranho e muito grave, e o sinal vem da sua casa, algo muito ruim vai acontecer não só em sua casa e no seu bendito portão que eu estou tentando arrombar, mas em todo o planeta, isso se você não me deixar entrar e deter o que quer que esteja lá. Então eu sugiro que me deixe entrar e cuidar disso, enquanto você vai para algum lugar bem longe daqui. Entendido?
Tentei dizer que sim com a cabeça, mas ele percebeu e logo soltou a minha boca outra vez. Assim eu pude dizer:
- Eu abrirei o portão, mas eu não o deixarei. Eu entro junto com você.
Pensei que ele fosse se opor, mas ele apenas disse:
- É justo, já que a casa é sua. Qual o seu nome?
- É Elizabeth.
Assim que eu abri o portão, ele saltitou para dentro, ao mesmo tempo em que dizia:
- Qual Elizabeth exatamente você é? Eu já conheci muitas Elizabeth’s, até namorei a primeira, enfim, longa história. Esta casa é muito quente!
- Você é maluco, alguém já disse isso? Estamos no Brasil, em Fortaleza, uma das cidades mais quentes do país. A rainha Elizabeth segunda, não a primeira, ela governa na Grã- Bretanha. Você deve estar muito longe de casa.
- Você nem imagina o quanto.
Ele continuou agitando a chave, fazendo um som sônico toda vez que ele passava em qualquer lugar. Nós dois paramos na minha mesa do computador, onde próximo a minha coleção de filmes estava uma TARDIS de papelão, uma réplica perfeita da cabine policial que estava próxima da parada de ônibus da minha rua. Foi quando eu realmente olhei para ele e sua chave sônica, seu casaco e seus tênis all star colorido.
Ainda segurando a TARDIS, eu disse:
- Impossível.
Depois do choque inicial, ele disse:
- Por isso meu papel psíquico não funcionou com você. Alguém entrou na sua mente e extraiu suas memórias. Eu ainda não sei o que é, mas tem algo aqui na sua casa que está consumindo a sua mente. Aconteceu algo muito importante que alguém não quer que você se lembre. Tem alguma coisa com você, mas por que você?
A chave sônica impulsionou algo em meu colar, que o fez tremer. Foi aí que eu não vi mais nada, só senti algo errado quando senti que ia cair e ele me segurou antes que eu caísse.
Quando acordei, ele havia me levado para a TARDIS, exatamente como eu havia imaginado como seria, além do que todos dizem que ela é: maior por dentro, muito maior, por sinal. O que me fez acordar foi o som do Doutor mexendo nos botões do painel de controle da TARDIS. Levantei devagar e me aproximei dele.
- Que bom que acordou, sente-se melhor?
- Sim, descobriu o que aconteceu?
- Tenho uma teoria. Mas pude perceber que você já sabe quem sou.
- Só estou surpresa em saber que é real. Tudo o que eu conheço sobre você é o que eu vejo na TV. Lá, você é retratado como um extraterrestre viajante do tempo, do planeta Gallifrey, a bordo da sua cabine/máquina do tempo e tem sempre alguém com você. Quem é sua parceira agora?
- Estou sozinho no momento. Tenho que me acostumar com isso, pois no fim, serei somente eu. Mas vamos ao que interessa. Descobri coisas interessantes enquanto você se recuperava, algo que interessa a você e, por incrível que pareça, a mim. Isso tem relação ao fato de terem escolhido você.
Enquanto ele falava, prestei atenção no quanto ele parecia triste e cansado. Tentei pensar no quanto isso parecia loucura, e tentar me lembrar quando exatamente que esse delírio começou, sendo que eu nem me lembro de ter ido dormir para ter tal sonho. Apesar de eu não querer admitir, tudo isso parecia muito real pra mim, o toque, o cheiro, a sensação, os sons, tudo era palpável ali dentro da TARDIS.
- É incrível como lá fora está quente, eu já estive bem perto do sol, mas não é nada comparado a esta cidadezinha. Como vocês conseguem viver aqui?
- A gente se acostuma. Mas aqui dentro está confortável. E então, o que descobriu sobre mim?
- Nunca saiu daqui, exceto em um passeio para um parque que fica em outra cidade, mas voltou no mesmo dia, então em sua cabeça você não conta como viagem, “sair de Fortaleza”; estudou em várias escolas até se formar, e antes de entrar em uma faculdade, Jornalismo, a propósito, começou a trabalhar para pagar seus estudos; vive com os pais e duas irmãs, que saíram todos no momento; você aprecia ficar sozinha em casa porque vive a lamentar o fato de não ter seu próprio quarto, sua privacidade para poder escrever; secretamente, ou nem tanto, você sonha em ser escritora e viver sua própria aventura; teve apenas um namorado, há anos atrás, uns cinco, por ai, e...
- Tá, você sabe demais sobre mim, inclusive o que eu nem sabia, mas eu me referia ao motivo de você ter vindo parar aqui, você disse que foi por minha causa. Tem alguém atrás de mim ou algo assim?
Ele parecia muito concentrado, como se não tivesse prestado atenção ou não quisesse falar sobre o assunto. Levantei e fui até ele, que estava sentado de frente ao painel de comando, brincando com a gravata em suas mãos.
- Filtro de Percepção, um muito forte. Alguém ou alguma coisa está muito interessado em algo que você sabe, mas colocaram outras lembranças em sua mente, como se quisessem inibir aquilo que você sabe e extrair apenas para eles e depois descarta-la quando não servir mais ao seu propósito. Você se lembra de algo estranho que aconteceu com você recentemente, algo que possa ser relevante, mas passou despercebido em um primeiro momento?
- Fora hoje? A coisa mais estranha que já me aconteceu foi ver você aqui, hoje.
- Não ajudou muito. Deve ter acontecido mais alguma coisa que “ativou” isto em você, algo que foi essencial para este dia, este momento. Pense Doutor, pense!
O Doutor olhava para mim e para sua chave sônica, batendo-a na cabeça, e repetindo o tempo todo: “Pense!”. Enquanto isso, eu também tentava freneticamente pensar em algo que o ligasse ao dia de hoje. Havia algo, estava na ponta da língua, do pensamento, era...
- O colar! – dissemos nós dois juntos.
- Quando você aproximou a chave sônica do meu colar, ele reagiu em mim, por isso eu desmaiei.
- Tem alguma coisa nele. Deixa-me ver.
Tirei meu colar e o entreguei a ele. Mais uma vez, ele usou sua chave para verificar se o colar sofria alguma reação. A pequena esfera mudou de cor, como se estivesse esquentando, passou do azul para o verde até o laranja e o vermelho, como algo a ferver por dentro dele.
- Curioso, muito curioso... Desde quando você tem esse colar?
- Desde sempre, eu acho. Não me lembro se eu ganhei ou comprei, só me lembro que eu sempre o tive comigo, como se algo me atraísse a ele. Isso é relevante?
- Ah, muito. Você não sabe o quanto essa informação é preciosa. Essa esfera está cheia de inscrições que só aparecem quando entram em reação com a chave sônica, como se a chave, que é parte da TARDIS, estivesse chamando-a. eu não acredito que, dentre todos os planetas e galáxias, eu a encontrei aqui, nesta cidade ensolarada! Oh, meu Deus, eu me empolguei, desculpe. É por causa disto que há uma raça alienígena está perseguindo você, por causa deste colar com esta esfera brilhante, veja isto!
Havia várias letras e símbolos em volta de toda a esfera, que estava suspensa por uma espécie de suporte perolado que segurava a esfera no cordão e a mantinha suspensa. Era muito bonito de se ver todas as cores rodopiando em um caleidoscópio brilhante dentro da esfera, mas foi ai que eu me dei conta.
- Se há aliens atrás de mim por causa do colar, então devemos nos livrar dele, e rápido!
O Doutor me deteve.
- Não, não, não! Você não me entendeu! Eles estavam aqui desde sempre, procurando por um sinal de que ainda era verdade ou se era só mais uma lenda, esse colar a estava protegendo, mas o mesmo sinal que eu recebi, eles também receberam, o sinal não veio daqui, bem, veio, mas como um pedido de ajuda. Era um sinal de socorro emitido por seu dono, você, ele me chamou para avisar que você corria grande perigo. Esse colar é Gallifreyano!
- O quê?
- Você não é daqui, simples assim. Novas lembranças foram implantadas em sua mente para protegê-la, porque você não poderia saber de onde veio. Nada na sua vida é real, esse colar foi a única coisa que sobrou de sua antiga vida, como um sinal de que você ainda existe, que você escapou e conseguiu sobreviver, depois de tudo o que aconteceu.
- Isso não faz o menor sentido, você está falando coisa com coisa. Como eu posso “não ser daqui”? Como eu não posso ser daqui? Porque teriam aliens atrás de mim, Doutor? Eu sou só mais uma garota em uma cidade grande, eu nunca fiz nada demais, eu sou só... Eu.
Eu não queria aceitar o que ele dizia, não por ser algo ruim, ou mesmo por ser algo bom, tudo o que importava era que o mundo que eu achava ser apenas em minha mente era na verdade a minha realidade, que tudo o que eu vivi aqui que eu achava serem coisas importantes, na verdade nunca existiram. Era muito para processar em uma única tarde. Minha casa, minha família, meus amigos, meu trabalho, tudo uma história plantada na minha mente por alguém ou alguma coisa que queria me proteger dos aliens que queriam me pegar porque eu tinha algo que eles queriam. Mesmo não sendo a vida que eu sempre quis, era a minha vida, a que eu acreditava ser real. Mesmo que esta parecesse ser a única explicação correta, ainda me sentia triste e vazia por dentro, um eco dentro de mim dizia que ele estava certo, afinal de contas. Eu nunca me encaixei neste lugar por algum motivo, eu só nunca soube qual.
Quando eu me sentei e comecei a chorar, o Doutor me abraçou, dizendo que estava tudo bem. Eu queria pedir a ele para parar de mentir, que as coisas só piorariam daqui pra diante, mas eu não consegui. Só agradeci dentro de mim por ele estar aqui para me abraçar, quando não havia mais ninguém por perto.
Coisas que sei sobre o Doutor: regra nº 01: o Doutor sempre mente;
                                                 Regra nº 354: ele tem um complexo de Deus, sempre tem que estar no lugar certo, na hora certa, sempre salvando alguém;
                                                Regra nº 46: se um dos seus é ameaçado ou se a vida de um dos seus é posta em perigo, ele fará o possível e o impossível para protegê-los;
Ele apareceu na minha vida de repente, mas eu o esperava, mesmo sem saber, como uma criança espera o momento de encontrar seu ídolo de infância, não como alguém que eu me apaixonaria, mas como alguém que eu sempre achei que não existisse, mas que de repente está diante de você, do jeito que você sempre imaginou. Esse é o meu Doutor. E pelo visto, do mesmo jeito que eu acreditava nele, ele tinha a mesma crença em mim, só porque eu tinha algo que foi de seu planeta natal, porque de alguma forma eu tenho esse elo com ele, com seu passado. Por que eu não pertenço a este lugar, mas a algum lugar que ele deveria estar, ao lado dele, como sua amiga, ou prima, ou mesmo uma irmã distante. Alguém que veio do mesmo lugar que ele.
- Nós iremos achá-los, e juntos os derrotaremos. Um único Doutor já derrotou todos eles, sempre. Se forem dois, eles terão medo em dobro de nós, você vai ver.
- Então devemos voltar pra minha casa, se é lá que eles estão, então nós os cercaremos.
Ao chegarmos na porta da TARDIS, ele segurou a maçaneta para me perguntar:
- Elizabeth, você está bem mesmo?
- Estou. Mas antes me diga uma coisa: eu sou de Gallifrey?
- Sim.
- Mais uma coisa: eu tenho poderes?
- Sim.
- Eu sou como você?
- Não, você não é uma Senhora Do Tempo, mas tem poderes parecidos, por isso aos olhos dos outros aliens, você também é uma ameaça, assim como eu.
- Do mesmo jeito que para alguns você é uma ameaça, você também é amado por muitos.
- Assim como você será. O que você tem aqui não é um universo paralelo, você apenas não tem memoria e poderes, mas você viveu toda uma vida e foi amada por muitos. O que você viveu aqui foi real, só sua origem, identidade é que não são.
- Uma última coisa: quando eu poderei me lembrar de toda a minha vida de antes, de quando eu vivi com você em Gallifrey e da minha verdadeira origem?
- Uma coisa de cada vez, veremos como este dia termina e dai poderemos pensar em algo com relação a isso. Espere! Esqueci-me de algo importante.
Foi quando ele correu até o painel e pegou de volta o meu colar e o colocou em torno do meu pescoço.
- Com certeza você vai precisar disso. Agora vamos.
No instante seguinte estávamos nós dois correndo em direção à minha casa, tentando descobrir em todos os cômodos se havia algo fora do normal. O porão estava terrivelmente silencioso, muito além do normal. Descemos as escadas devagar porque algo estava muito estranho ali, e foi quando os encontramos: centenas deles, todos ao nosso redor, adormecidos, mas plenamente conscientes. Daleks e Cybermens, outrora inimigos, mas unidos por um inimigo maior: eu. Eu represento um perigo para estas raças, e, portanto devo ser eliminada, ou na linguagem deles exterminada (dalek) ou deletada (cybermen).
- Doutor, por que eles estão assim?
- Eu não sei. – disse ele sussurrando.
- Se eles estão adormecidos, então por que são ameaça? – falei sussurrando.
- Eu não sei!
- Doutor! Sério?
Ele já havia dado a volta pelo porão, silencioso e discreto. Tentei a mesma proeza, mas meu pé encostou em um dalek. O doutor se pôs na minha frente, para me proteger, mas todos os outros acordaram ao mesmo tempo, nos cercando. Todos eles falavam ao mesmo tempo, agitados por terem sido acordados de surpresa. Mesmo com o Doutor apontando sua chave para todos eles, o medo me dominou. Me escondi atrás dele, mas era impossível se esconder.
- Doutor, você é o Doutor! Você será exterminado, você e toda a sua raça! – disseram os daleks em uníssono.
- Sempre a mesma coisa, vocês nunca se cansam disso? Vocês sempre tentam me matar, e eu sempre derroto vocês. Além do mais, vocês sabem que eu sou o último da minha espécie.
- Não é mais, nós sabemos da existência de mais um membro da sua família aqui na Terra. Você acha que está protegendo ela, mas nós a seguimos por tempo suficiente para saber sua verdadeira origem e que está indefesa, pois está sem memória.
Baixinho para que eles não ouvissem, sussurrei para o Doutor:
- Doutor, você tem alguma ideia?
- Não!
- Eu tive uma ideia. Já que eu não sou uma Timelady, há uma chance de eu ter poderes.
- O que quer dizer com isso?
- O Mestre tinha poderes, outros gallifreyanos também tinham poderes, pelo visto você é o único que conta apenas com uma máquina do tempo e uma chave de fenda sônica em seu arsenal. Pode ser que eu tenha a sorte de ter alguma carta na manga.
- Não precisa humilhar, mas como você espera recuperar a memória e os seus “supostos” poderes?
- Regeneração. Como tenho dois corações, se um raio dos Daleks me atingir, eu “morro” e retorno em outro corpo, com as lembranças de Gallifrey e os poderes. Dai eu e você juntos derrotamos os Daleks e os Cybermens e salvamos o mundo, depois saímos para comemorar dando uma volta na TARDIS. Viu só, pensei em tudo!
- Nem pensar! Eu não posso concordar com isso! E se a força que a atingir for tão forte que você não consiga se regenerar? E se eu estiver enganado e você não for como eu? E se nem tiver poderes? Há outros meios de recuperar sua memória, eu só não consigo pensar em nada com todos eles apontando suas armas para nós. Mas eu não deixarei você se jogar para a morte, não posso arriscar.
- Ah, Doutor, é o melhor plano que temos até agora, e além do mais, eu quero me arriscar. Posso até estar com medo, mas estou achando tudo isso uma tremenda aventura. Enquanto eles atacarem, você aproveita para vasculhar a nave e descobrir algo que possa derrotá-los.
- Não, eu não vou deixar, você não pode...
Mas já era tarde para ele, pois eu avancei em direção ao inimigo, mesmo com medo eu estava ansiosa para ter certeza de que realmente fazia parte daquele mundo, de que aquilo era real. Eu mal senti o ataque, apenas fechei meus olhos ao ouvir a voz rouca do Dalek ao enunciar sua sentença de morte:
- Exterminar!
- Não!!!!!!!! – foi a última coisa que eu ouvi, o som da voz do Doutor, desesperado ao ver me ir em direção a morte certa. Mais uma vez, assim como acontecera com o Mestre, um Gallifreyano estava partindo diante de seus olhos e ele não conseguira fazer nada para impedir.
O processo de regeneração deve demorar um pouco mais do que o esperado, pois eu me sentia morrendo, o corpo todo doído, mas ao mesmo tempo havia algo reagindo dentro de mim, algo que me deixou sem forças. Eu não conseguia me mexer, nem falar, mas estava vendo e ouvindo tudo ao meu redor.
O Doutor estava com raiva, ele realmente achou que eu estava morta. Eu queria avisar que estava tudo bem comigo (quase bem), que estava viva e que meu plano tinha dado certo, mas só me restava observar o que estava acontecendo.
- Estão satisfeitos agora? Ela era só uma humana, alguém que queria viver aventuras, ver todos os lugares no tempo e espaço, e vocês destruíram isso, por nada! Por nada! Eu devia acabar logo com vocês, mas darei a chance de irem embora.
- Não iremos! – falou o líder dos cybermen. Viemos para acabar com este planeta, a garota foi só a primeira de muitos. Com a eliminação dela, será mais fácil partir para o resto da humanidade.
- Terão que passar por mim, e vocês já tentaram antes e sabem o que acontece, eu sempre os derroto. E sempre é mais simples do que parece. Querem me testar agora?
- Daleks não fazem jogos, Daleks agem. Nós não nos importamos com o que sente.
- E nós, os cybermen, fomos construídos como máquinas, e não temos nenhum tipo de emoção, sua dor pela humana não nos compadece.
- Não preciso que se compadeçam de mim, só preciso que saiam deste planeta, deste universo enquanto eu ainda estou tolerante.
- Seu tempo acabou. Nós acabaremos com tudo agora, e isso inclui você, Doutor. Você será exterminado!
No exato momento do raio exterminador, o Doutor sacou sua chave de fenda sônica, mas algo foi mais rápido do que ele e os daleks: uma luz forte vinda de todo o meu corpo e saltava como faíscas pelos meus dedos. Conforme eu pensei, estava me regenerando, e os raios estavam atingindo a todos ao meu redor. Era estranho e excepcional ver os daleks e cybermen com medo, e o Doutor estava surpreso, tanto que foi pego desprevenido repetindo o tempo todo: “what?”.
- Se abaixa! Eu não consigo controlar isso!
- What?
- Você já falou isso antes. Me explica: eu estou regenerando, mas não mudei de forma, e não tenho o controle sobre isso. O que está havendo com eles, estão brigando entre si? Vão destruir meu porão.
Logo ao nosso lado, um pandemônio se instaurara entre os daleks e Cybermens. O sistema se descontrolara em todos eles, girando no mesmo lugar e falando coisa com coisa, sem o menor controle de suas ações.
- Se abaixa! – respondeu o Doutor desta vez. – demora um pouco mais para nos adaptarmos, e a transformação não acontece exatamente na mesma hora, depende muito do impacto. Minha última regeneração deu tempo de eu fazer uma “turnê de despedida”, mas a anterior a mudança de rosto foi imediata, mas o organismo demorou mais de 24 horas para o meu organismo mudar por dentro.
- Entendi. Por isso eu estou meio “elétrica”, e também quero fazer uma coisa louca. Quero ficar com eles.
O Doutor parou e olhou pra mim, incrédulo, e disse mais uma vez:
- What?
- Só um de cada, como recordação, ou brinde, enfeite para pôr no meu quarto. Para eu saber que os enfrentei junto com você e ajudei a derrotá-los.
- Elizabeth...
- Por favor... Eles são vilões, tentaram nos matar e destruir o mundo, mas são fofinhos. Vai dizer que nunca quis ter um dalek guardado em um dos cômodos da TARDIS?
- Eu... Nunca tinha visto eles dessa maneira. Você é a primeira a achar eles bonitinhos, mas não vai ser hoje que teremos daleks e Cybermens dentro da TARDIS.
Charme, uma tática que eu ainda não havia tentado, e precisava consertar logo tudo isso antes que meus pais chegassem. Infelizmente, trata-se de algo que eu não tenho, ou se tenho, não sei usar. Mas a questão é que eu preciso deles, quem vai acreditar em mim quando eu disser que estava com o Doutor?
- Tá, deixa pra lá, é uma coisa meio louca mesmo. E eles não são mais tão bonitinhos assim quanto antes, são assustadores, e estão com os motores quebrados, eu os quebrei porque eles estavam sendo maus e iriam nos matar.
- É assim que se fala. Agora vamos pensar em algo para arrumar esta bagunça antes que alguém descubra o que aconteceu.
- Tem razão, e eu estou brilhando, olhe meus dedos! Por que está tudo rodando? Acho que está começando, eu estou estranha.
Mesmo me sentindo tonta, me soltei dos braços do Doutor e tentei alcançar um dalek que aparentemente estava morto, ou desligado, e não me lembro de muita coisa além dali, só sei que estava tentando abraçar um deles e arranquei um de seus braços, quando dei por mim, já estava nos braços do Doutor outra vez, quando olhei pra cima e vi minha mãe no alto da escada, acenei e disse oi.
- O que está acontecendo aqui? Que bagunça é essa no meu porão e o que você fez com minha filha?
- Elizabeth, sua mãe chegou.
Gemendo, me forcei a abrir os olhos e observar os dois. Muito lentamente, me levantei e perguntei:
- Vou ficar assim por mais de 24 horas?
- Em compensação, será uma das mais fortes e espertas.
- Ela sempre foi forte e esperta, mas meio maluquinha. Mas o que aconteceu com ela, doutor?
- What? – dessa vez foi eu quem falei. Como sempre, eles fingiram que eu não estava lá.
- Por enquanto, a recomendação é descanso, e não estranhe se ela ficar com uma nova aparência, isso é normal para a idade. A senhora poderia me fazer um pouco de chá?
- Claro, só um instante. – e com isso, mamãe se retirou do quarto.
- Entendi, você se apresentou quando eu estava desmaiada.
- Você teve uma emergência no porão com vários objetos empilhados, e ao invés de ligar para a ambulância, preferiu chamar seu amigo médico, que poderia entrar no porão e ajudar.
- O que eu vou dizer a minha mãe quando eu me regenerar?
Na hora em que ela entrou, aconteceu. Um sopro dourado saiu de meus lábios e todo o meu corpo brilhou como um raio dourado. Mamãe começou a gritar, apavorada, e na verdade não doeu nada. Quando acabou, olhei no espelho e admirei o resultado: pele branca, sardas, cabelos longos e ruivos, com pontas enroladas. Nariz pequeno, lábios finos e o corpo que eu sempre quis quando era adolescente. Sentia-me realmente mais forte, além de muito bonita. Meu cérebro pensava muito rápido ao projetar informações, e meu coração acelerava, e com emoção eu percebi que eram dois corações palpitando em meu peito. Embora minha mãe tenha ficado muito assustada, foi melhor assim, para ela entender o que realmente aconteceu e o que está por vir. Expliquei a ela duas vezes, utilizei exemplos, e contei com a ajuda do Doutor, mas a melhor maneira de fazê-la entender era levá-la até a TARDIS.
- Essa é minha vida agora, mãe. Espero que a senhora entenda. É a este lugar que eu sempre pertenci. Não é um adeus, eu sempre voltarei pra te ver.
Embora ela estivesse quase chorando, aceitou entrar na TARDIS e foi direto ao encontro do Doutor.
- Ela é sua garota agora, cuide bem dela, pelo seu bem, não deixe que nada aconteça a ela, ou eu não responderei pelas minhas ações.
- Pode deixar, cuidarei dela, mas ela não é minha garota, quanto a isso não precisa se preocupar.
- Não sei, não. Vocês dois sozinhos nessa cabine...
- Mãe, eu estou ouvindo!
E esta foi a primeira de muitas outras aventuras que nós dois tivemos juntos. Muitas delas eu colecionei em um diário comprado em um planeta de uma das inúmeras galáxias que visitamos, outras permanecem em meus pensamentos, mas haverá muitos outros momentos a serem contados aqui. Embora eu nunca tenha vontade de voltar, é bom saber que eu tenho um lugar para onde voltar quando eu quiser parar.

FIM DO COMEÇO DAS AVENTURAS.










terça-feira, 7 de janeiro de 2014

METAS PARA 2014:

Este ano, a lista de metas está menor porque muitas coisas eu consegui realizar em 2013, inclusive coisas que eu nem tinha colocado na lista, como foi o caso de escrever um diário, que era algo que eu queria fazer desde que era criança mas nunca consegui antes. Até já comecei a agenda 2014!
No ano de 2013, eu fui promovida do trabalho em abril para o cargo de vendedora, que era algo que eu queria desde que comecei a trabalhar lá. Em fevereiro eu comecei a faculdade, já irei para o terceiro semestre agora em 2014. No meu aniversário, eu posso não ter feito uma superfesta, mas mesmo em casa e com poucas pessoas, foi um momento especial porque meus amigos estavam lá. Aprendi a mudar o meu visual aos poucos, primeiro relaxando, depois fazendo mechas e californianas, enfim, estou experimentando vários jeitos de mudar o visual.
Com relação a lista do ano passado, não fiz tanto quanto gostaria, mas ao olhar para trás e perceber quantas coisas boas eu consegui em 2013, percebi que o número de uma lista para outra não importa, mas sim as realizações por trás e a motivação em realmente querer concretizar os itens da lista.
Este ano a lista está menor, pois coloquei aquilo que realmente importa para mim no momento.
Todos os anos, sempre faço uma lista dos livros que eu li no ano. Desde o ano de 2013 eu comecei também uma lista de filmes vistos no ano. Essa lista de filmes já não é tão honesta quanto a dos livros, pois nela eu coloco todos os filmes que eu vejo, sendo na tv, no cinema, ou um filme que eu já vi antes em anos anteriores, eu só não repito itens na mesma lista, mas se este ano eu vejo um filme em dvd que eu vi no cinema ano passado, eu o incluo na lista deste ano. Estas duas listas, além do diário, é algo que eu acrescentei na minha lista pessoal, sem colocar na minha lista online.
Este ano, eu vou:
1. Abrir uma poupança;


2. viajar;


3. voltar o projeto do meu livro;


4. tirar carteira de motorista;


5. escrever um diário;


6. montar mais listas de livros e filmes;